The present study aimed to assess mortality rates and related demographic factors among indigenous peoples in the State of Mato Grosso do Sul, Central-West Brazil, compared
IntroduçãoAs condições desfavoráveis de saúde das populações indígenas no Brasil são evidenciadas pela desigualdade nas taxas de mortalidade entre esses povos e a população em geral. O perfil de morbidade e mortalidade dos povos indígenas no Brasil, historicamente, era conhecido pela predominância das doenças infecciosas e parasitárias 1 . Atualmente, juntamente com as doenças infecciosas, devido às mudanças intensas em sua relação com a terra, o trabalho, a urbanização e a incorporação de novos hábitos culturais, como o consumo de alimentos industrializados e diminuição das atividades físicas, as doenças crônicas não transmissíveis, tais como a obesidade, hipertensão e diabetes mellitus, tornam-se cada vez mais importantes nessas populações 1,2 . Somamse a essas causas os transtornos mentais e comportamentais como o alcoolismo, a violência, os suicídios e os acidentes de trânsito 3 .Estudos envolvendo a questão da desigualdade desfavorável dos indígenas como tema de saúde coletiva têm aumentado substancialmente nos últimos anos 4,5,6,7 . A criação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, em 1999, por intermédio da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), que assumiu a responsabilidade de estruturar este sistema, articulado ao Sistema Único de Saúde (SUS) 8 , tem possibilitado estudos mais abrangentes. Apesar da fragilidade dos registros do subsistema, o cálculo de indicadores ARTIGO ARTICLE