Sobre a presença do esporte na escola: paradoxos e ambigüidades

Abstract

Trata o presente de resultados parciais de uma pesquisa em andamento, cujo objetivo é estudar aspectos da educação do corpo na escola. Foram estudadas aulas de Educação Física e atividades de Esporte Escolar de uma grande escola pública de Florianópolis, por meio de observações sistemáticas e entrevistas. Os resultados apontam para a prevalência do esporte e seus vetores na Educação Física, como paródia de si, e para a ambigüidade do Esporte Escolar, oscilante entre os imperativos da competição e os discursos sobre a formação humana via práticas esportivas.

Sacrifícios, sonhos, indústria cultural: retratos da educação do corpo no esporte escolar

“…Como algumas pesquisas que se dedicaram a estudar o esporte como fenômeno social para crianças e jovens demonstram (Zaluar, 1991;Torri;Vaz, 2003;Gonçalves, 2003), fica claro o papel que a expectativa de profissionalismo exerce no imaginário, nos sonhos e nas expectativas de muitos praticantes. Isso também aconteceu, conforme verificamos na análise de nossos dados, não apenas em relação aos alunos, mas também aos pais e, de modo especial, ao técnico dos meninos.…”

“…Destaque-se que esse tipo de discurso também está presente nos programas de governo que promovem o esporte como meio de socializa-ção de crianças e jovens (Bracht;Almeida, 2003). Na verdade, em que pese todas as críticas que o esporte tradicional sofreu e sofre como modelo de educação do corpo e do movimento (Taborda de Oliveira, 2000;Vaz, 1999;Kunz, 1989; entre outros), continua a crença em seu poder civilizador, regenerador, de inclusão social Torri;Vaz, 2003).…”

“…Um outro modelo da presença do esporte nos ambientes escolares é o Esporte Escolar, oferecido a crianças e jovens por meio de aprendizagem e treinamento sistemáticos de uma ou mais modalidades esportivas, inclusive com a pretensão de desempenho em competições. Trata-se de projeto em correspondência e/ou concorrência com a Educação Física Escolar, conforme as dimensões que a disciplina encontra na escola e de acordo com a carga simbólica que o esporte carrega -freqüentemente ele é, na cultura escolar, considerado mais organizado e atraente, destinado aos "melhores" e "mais talentosos" alunos Torri;Vaz, 2003).…”

O Papel do Esporte Universitário: As impressões dos gestores de uma Faculdade Privada

“…Seus benefícios vão além do bem-estar físico e torna-se visível também a nível educacional e formativo para crianças, adolescentes e jovens na contemporaneidade (BASSANI;TORRI;VAZ, 2003) Desde que o Brasil foi escolhido para sediar os principais eventos esportivos nesta década: Jogos Mundiais Militares, Rio de Janeiro, em 2011; Copa do Mundo de futebol, em diversas cidades, em 2014; Jogos Olímpicos de Verão, no Rio de Janeiro, em 2016 e; Copa América de Futebol, em diversas cidades, em 2019, o campo esportivo vem se destacando com um dos principais temas a serem discutidos no país É sabido que a atividade econômica gerada pelo produto esportivo realmente é bastante significativa, mesmo em tempos de crise mundial, pois para que esses megaeventos aconteçam é necessário demandar grandes montantes de dinheiros, que são utilizados para cobrir os mais diferentes tipos de gastos, transporte, alimentação, hospedagem, cotas de participação nos eventos, cotas para transmissão de jogos e imagens de eventos desportivos, premiação dos vencedores e pagamentos de estruturas, equipamentos e recursos humanos em geral (SANTOS JUNIOR, 20015). Portanto, esse negócio exige dos seus gestores uma vasta expertise administrativa para conseguir planejar, executar e posteriormente, avaliar os resultados de suas ações.…”

O clima motivacional nas práticas pedagógicas do esporte educacional

“…Vários estudos MELO, 2002;DE ROSE JR, 2002; BASSANI; TORRI; VAZ, 2003;SARTORI, 2003;SOARES, 2003;KORSAKAS, 2009;BARRETO;GRUPPI, 2013) (TUBINO, 1992).…”