Riscos psicossociais e incapacidade do servidor público: um estudo de caso

Abstract

Os fatores de risco psicossociais do trabalho (FRPT), como o estresse, as pressões patogênicas da carga de trabalho, as dificuldades nas relações socioprofissionais e as condições e a organização inadequadas do trabalho podem ser consideradas variáveis que interferem na saúde mental e física do trabalhador. A prevenção desses aspectos deve ocorrer por meio da sensibilização, conscientização, motivação e ação organizada dos atores sociais da empresa ou do órgão. Os servidores públicos estaduais de Santa Catarina estão submetidos aos FRPT, e há relações entre estes e o adoecimento relacionado ao trabalho. Este artigo parte de um estudo de caso, por meio de análise documental relativa à perícia psicológica para a caracterização de acidente em serviço/doença referente ao trabalho no ano 2008. O estudo de caso demonstrou que a exposição da servidora ao longo de sua vida laborativa aos FRPT - sobrecarga cognitiva e psíquica, ritmo intenso, longas jornadas e precárias condições de trabalho - foram os fatores que desempenharam papel preponderante na ocorrência da incapacitação para o trabalho. Concluiu-se que os FRPT devem ser considerados nas avaliações dos casos de adoecimento e incapacidade profissional, bem como na implementação dos dispositivos legais catarinenses que se referem à promoção da saúde ocupacional dos servidores dos órgãos do Poder Executivo estadual.

Psicodinâmica do trabalho e riscos de adoecimento no magistério superior

“…Em estudo sobre fatores de risco psicossociais, Serafim et al (2012) ao citar Guimarães et al (2012) menciona que os riscos estressores ou demandas de trabalho, estão relacionados aos custos psicológicos e fisiológicos inerente à atividade laboral, como a sobrecarga quantitativa ou o conflito de papéis. Nesse sentido, a disposição e combinação entre estes fatores incidirão consideravelmente na a saúde dos trabalhadores.…”

Cultura organizacional de um hospital privado

“…It was possible to verify that professionals inserted in organizations presenting hierarchical strictness and power centralization, poor communication, difficulties in interpersonal relationships, lack of social support, insufficient recognition and rewards, and devaluation of subjectivities may experience more suffering, lack of motivation, dissatisfaction, and discontentment at work, thus representing psychosocial risks of work-related illness (5,18) .…”

“…Furthermore, organizations that present cultures characterized by constant pressure, increased productivity requirements, high workloads, inappropriate interpersonal relationships, lack of social support, inflexible schedules, and long working hours are associated with higher incidence of occupational accidents and adverse events related to patient care (18) . Within these organizations, workers may experience insecurity, career uncertainty, fear of unemployment, and conflicts related to work requirements, possibly associated with high levels of professional stress and occurrence of burnout syndrome (5) .…”

Prevalência de transtornos mentais comuns entre trabalhadores marítimos do Rio de Janeiro Common mental disorders prevalence among maritime workers of Rio de Janeiro

“…The worker often needs a psychic readaptation to deal with such an emotional load, which exceeds his/her real capacity, triggering mental disorders. 1 Millions of people suffer from any form of mental illness in the world, and its incidence is increasing progressively each year. 2 In Brazil, authors have revealed a high prevalence of these mental disorders in different studied populations.…”