A educação, no seu sentido amplo, está associada à formação do ser social num processo histórico e dinâmico (SAVIANI, 2019). Ela é expressão do metabolismo societal que imiscui o ser humano e a natureza pelo trabalho na produção de conhecimentos materiais e imateriais que se tornam acervo da humanidade e os quais são, fundamentalmente hoje, na sociedade da era informacional e do proletariado digital (ANTUNES, 2018), sistematizados nas instituições educacionais. Não cabe, portanto, analisar as mudanças educacionais independentemente daquelas que se processam no capitalismo em sua fase financeirizada (HARVEY, 2011).Nesse sentido, a educação institucionalizada não se configura como neutra. Ao contrário, ela se faz cotidianamente em meio a conflitos ideológicos e políticos que trazem em si concepções de mundo e de educação, sobre o quê e como ensinar que, por sua vez, se materializam políticas educacionais, dentre elas a de formação de professores/as para a educação básica. Na perspectiva neoliberal, os/as docentes licenciados/as para o magistério na educação básica são vistos, ao mesmo tempo, como vilões ou heróis da educação na medida em que são individualmente responsabilizados pelo processo educacional, desconsiderando-se os elementos histórico-estruturais mais amplos e sob os quais estão alicerçadas as políticas de formação inicial e continuada de professores/as (SIL-