Qualidade ambiental das nascentes do rio Paraim, extremo sul do Piauí

Abstract

Os pequenos fluxos de escoamento dão origem aos corpos hídricos que, por meio dos seus usos múltiplos, contribuem para a satisfação das necessidades vitais básicas dos animais, vegetais e ecossistemas. As áreas de nascentes desempenham importante função para a manutenção da qualidade ambiental da bacia. Para isso, é imprescindível que essas regiões possuam uma política eficaz de conservação. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi determinar a qualidade ambiental das áreas de nascentes do rio Paraim, enfatizando os aspectos de qualidade físico-química e biológica das águas e caracterização das condições ambientais locais por meio da avaliação macroscópica. Foram realizadas visitas em sete nascentes perenes do rio Paraim e, com a avaliação macroscópica foi possível identificar os impactos observados nas nascentes e áreas de preservação permanente, condições de acesso, proximidade com núcleos rurais e tipos de usos das nascentes. Foram avaliados os parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água e confrontados com a Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) e Índice de Qualidade das Águas (IQA). A avaliação macroscópica das nascentes demostrou que 57,1% das nascentes foram avaliadas em “ótima” ou “boa” situação e apenas uma única nascente foi qualificada como ‘péssima’. A determinação do IQA das nascentes resultou em valores que variaram entre 59 e 86 no período seco; e entre 56 e 89 na pontuação do período chuvoso. Isso demonstra que todas as nascentes avaliadas apresentaram IQA satisfatórios (“bom” ou “ótimo”). Com a avaliação da qualidade das águas foi possível observar a relação entre os parâmetros de qualidade, bem como a influência destes com as características macroscópicas das nascentes. Desta forma, as informações obtidas sinalizam que, apesar da boa qualidade das águas, a avaliação da situação ambiental das nascentes alerta para a necessidade de estratégias futuras, que visem o planejamento para o ordenamento territorial e gestão ambiental de microbacias hidrográficas.

A fragilidade ambiental da bacia hidrográfica do córrego Cachoeirinha, município de Cáceres - Mato Grosso

“…As condições do relevo da Província Serrana, limitantes à ocupação humana, além de contribuir na preservação do entorno de algumas nascentes, têm favorecido a conservação da cobertura vegetal primária (Cerrado), o que minimiza os riscos à erosão e assoreamento relacionados aos fatores naturais e antrópicos na bacia. Rocha et al (2019), estudando a qualidade ambiental das áreas de nascentes do rio Paraim, extremo sul do Piauí, afirmam que a vegetação serrana desempenha importante serviço para a manutenção da qualidade ambiental da bacia, sendo indispensável que essas regiões tenham uma política eficaz de conservação para promover o equilíbrio ecológico.…”

Diagnóstico ambiental da microbacia do Córrego das Areias como contribuição para a gestão dos recursos hídricos amazônicos

“…No que se refere a presença de resíduos sólidos ao redor das nascentes, este apresentou padrão inverso ao da degradação da vegetação e de proteção das nascentes, sendo que em 85,71% das nascentes avaliadas não havia presença de resíduos sólidos (Figura 8), fator positivo, visto que a disposição inadequada de resíduos pode causar a contaminação dos corpos hídricos, consequentemente interferindo na qualidade de água da microbacia. Outros estudos também apresentaram padrão similar para este parâmetro, como na microbacia Ibitinga (SP) (Pieroni et al 2019), e na bacia do Rio Paraim (PI) (Rocha et al 2019).…”

“…Em nascentes do Rio Paraim (PI) também não foram encontrados lançamentos de esgoto nas nascentes avaliadas, visto que 85,7% das nascentes estavam a mais de 100m de residências (Rocha et al 2019), corroborando com os resultados encontrados neste estudo.…”