Abstract:A partir da restauração da democracia em 1985, a política externa brasileira vem demonstrando tanto continuidade como mudança. Ao mesmo tempo que o Brasil tem reforçado significativamente seu compromisso normativo com a promoção da democracia, com base na defesa do interesse nacional fundada em princípios, seu engajamento na defesa da democracia fora de casa tem sido cerceado por sua dedicação tradicional ao princípio da soberania nacional. A política externa brasileira, contudo, evoluiu significativamente des… Show more
“…Tal dicotomia é analisada por Santiso (2002), segundo quem, ao mesmo tempo em que o Brasil teria reforçado…”
Section: Os Desafios Ainda Existentesunclassified
“…7 | N. 2 JUL-DEZ 2016 significativamente seu compromisso normativo com a promoção da democracia, seu engajamento viria sendo cerceado pela sua dedicação tradicional aos princípios da soberania nacional e da não-intervenção (Santiso, 2002). No mesmo sentido aponta Figueira (2014), para quem o Brasil ainda tem dificuldades de equacionar o dilema causado pelas tentativas de firmar sua posição de liderança sem constranger-se com seus parceiros ou violar seus princípios históricos.…”
OBrasil na promoção da democracia: redemocratização e política externa no pós-1985 The Brazilian agenda of democracy promotion: redemocratization and foreign policy after 1985 GUILHERME FERREIRA SORGINE 1Resumo: O artigo analisa a entrada da promoção de democracia na agenda da política externa brasileira contemporânea; movimento cujo ponto de partida é identificado na instauração da "Nova República" em 1985, havendo, a partir daí uma progressiva aproximação entre pautas sociais típicas de uma democracia em formação e a agenda de cooperação internacional do país. A partir da investigação de aspectos conceituais e factuais relacionados ao tema, são abordados possibilidades e limites da expansão da promoção da democracia dentro na agenda da Política Externa Brasileira (PEB). Frisa-se a dificuldade de convivência entre o novo compromisso normativo com a promoção da democracia e a dedicação aos tradicionais princípios da soberania nacional e da não-intervenção. Tal conflito reflete, em última instância, o equilíbrio que se deve encontrar entre inovação e tradição na PEB, em um cenário no qual as pressões sociais por maior participação na formulação de políticas públicas se avolumam na democracia brasileira.
Palavras-chave: Política Externa Brasileira -Promoção de Democracia -Democracia
Abstract:The article analyzes the entry of democracy promotion into the agenda of contemporary Brazilian foreign policy. From the establishment of the "New Republic" (1985) on, there is a progressive approximation between patterns typical of a young democracy and the country´s foreign affairs agenda. The possibilities and limits of the expansion of the democracy promotion within the Brazilian foreign agenda are analyzed both from the conceptual and the factual points of view. The article highlights, particularly, the difficult coexistence between the new normative commitment with democracy promotion and a dedication to the traditional principles of Brazilian foreign policy, such as national sovereignty and non-intervention. Such conflict ultimately reflects the balance that is yet to be found between innovation and tradition in the Brazilian foreign policy, within a scenario characterized by mounting social pressures for greater participation in the formulation of Brazilian public policies.
“…Tal dicotomia é analisada por Santiso (2002), segundo quem, ao mesmo tempo em que o Brasil teria reforçado…”
Section: Os Desafios Ainda Existentesunclassified
“…7 | N. 2 JUL-DEZ 2016 significativamente seu compromisso normativo com a promoção da democracia, seu engajamento viria sendo cerceado pela sua dedicação tradicional aos princípios da soberania nacional e da não-intervenção (Santiso, 2002). No mesmo sentido aponta Figueira (2014), para quem o Brasil ainda tem dificuldades de equacionar o dilema causado pelas tentativas de firmar sua posição de liderança sem constranger-se com seus parceiros ou violar seus princípios históricos.…”
OBrasil na promoção da democracia: redemocratização e política externa no pós-1985 The Brazilian agenda of democracy promotion: redemocratization and foreign policy after 1985 GUILHERME FERREIRA SORGINE 1Resumo: O artigo analisa a entrada da promoção de democracia na agenda da política externa brasileira contemporânea; movimento cujo ponto de partida é identificado na instauração da "Nova República" em 1985, havendo, a partir daí uma progressiva aproximação entre pautas sociais típicas de uma democracia em formação e a agenda de cooperação internacional do país. A partir da investigação de aspectos conceituais e factuais relacionados ao tema, são abordados possibilidades e limites da expansão da promoção da democracia dentro na agenda da Política Externa Brasileira (PEB). Frisa-se a dificuldade de convivência entre o novo compromisso normativo com a promoção da democracia e a dedicação aos tradicionais princípios da soberania nacional e da não-intervenção. Tal conflito reflete, em última instância, o equilíbrio que se deve encontrar entre inovação e tradição na PEB, em um cenário no qual as pressões sociais por maior participação na formulação de políticas públicas se avolumam na democracia brasileira.
Palavras-chave: Política Externa Brasileira -Promoção de Democracia -Democracia
Abstract:The article analyzes the entry of democracy promotion into the agenda of contemporary Brazilian foreign policy. From the establishment of the "New Republic" (1985) on, there is a progressive approximation between patterns typical of a young democracy and the country´s foreign affairs agenda. The possibilities and limits of the expansion of the democracy promotion within the Brazilian foreign agenda are analyzed both from the conceptual and the factual points of view. The article highlights, particularly, the difficult coexistence between the new normative commitment with democracy promotion and a dedication to the traditional principles of Brazilian foreign policy, such as national sovereignty and non-intervention. Such conflict ultimately reflects the balance that is yet to be found between innovation and tradition in the Brazilian foreign policy, within a scenario characterized by mounting social pressures for greater participation in the formulation of Brazilian public policies.
“…A consequência direta, reforçando o que já foi afirmado, tem sido a diminuição da autonomia do Ministério das Relações Exteriores sobre a tomada de decisões que trata destas questões, tornando o processo cada vez mais politizado e revelando a crescente dificuldade em definir o que seria o interesse nacional (Amaral Jr., 2003). Isso explica, de certa forma, o debate acadêmico sobre as mudanças ocorridas dentro dos limites dados pela tradição de continuidade (Santiso, 2002).…”
Section: A Democratizaçãounclassified
“…A própria Constituição de 1988 define como orientação básica de nossas relações internacionais a defesa da democracia e dos direitos humanos enquanto elementos formadores de nossas ações no plano internacional (Santiso, 2002).…”
CIP-Brasil. Catalogação na publicação MARCELO PASSINI MARIANO 2.6.1 Autonomia na dependência 50 2.6.2 Autonomia pelo distanciamento 52 2.6.3 Autonomia pela participação ou integração 54 As pressões sobre a diplomacia no pós-Guerra Fria 67 3.1 A democratização 68 3.2 A liberalização, a abertura da economia e a internacionalização brasileira 73 3.3 Consequências do aumento da pressão 79 Processos de integração regional e política externa 85 4.1 Modelo analítico mínimo 86 4.1.1 Pressupostos 88 4.1.2 Consequências da integração 95 4.1.3 Principais variáveis 100 As posições brasileiras no Mercosul: período de transição 109 5.1 Tratado de Integração e Cooperação de 1988 113 5.2 A política externa brasileira e o novo contexto 115 5.2.1 O período Collor 117 5.2.2 O governo Itamar 131
“…De acordo com a bibliografia existente (cf. Soares de Lima, 2000;Santiso, 2002;Villa, 2003;Câmara, 1998), o conjunto de estudos tem se dirigido à aná-lise de variáveis importantes, como as cláusulas democráticas no sistema interamericano e as determinantes domésticas e sistêmicas que orientam a promoção da democracia por parte da política externa brasileira. Por isso, nosso objetivo primeiro é apresentar algumas idéias referentes a processos de causalidade sobre a formação das preferên-cias democráticas como recurso de política externa.…”
Section: A Formação Da Preferência Pela Agenda Democráticaunclassified
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.