2002
DOI: 10.1590/s0102-69092002000300007
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Por uma sociologia do desemprego

Abstract: A reflexão que apresento a seguir resulta do interesse em enfrentar um desafio interpretativo, qual seja, o de entender os elos entre os fenôme-nos do emprego e do desemprego em contextos de intensa flexibilização do trabalho e de reconstrução institucional e normativa dos padrões de proteção ao trabalhador. Desenvolverei a minha argumentação em três direções.Primeira: procurarei rastrear o movimento de re-significação que se opera em torno da noção de "desemprego", perseguindo, com a literatura sociológica re… Show more

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“…Além disso, a precariedade do sistema educacional público brasileiro e a compreensão prevalente de que a formação profissional não é uma tarefa essencial do Estado, mas sim de natureza "privada", tornam-se os maiores obstáculos na busca do emprego (GUIMARÃES, 2002).…”
Section: Reflexões Sobre As Políticas De Contratação De Pessoas Com Dunclassified
“…Além disso, a precariedade do sistema educacional público brasileiro e a compreensão prevalente de que a formação profissional não é uma tarefa essencial do Estado, mas sim de natureza "privada", tornam-se os maiores obstáculos na busca do emprego (GUIMARÃES, 2002).…”
Section: Reflexões Sobre As Políticas De Contratação De Pessoas Com Dunclassified
“…Nesse país, as mobilizações de desempregados foram menores e restritas principalmente às regiões mais pobres. Guimarães (2002) igualmente enfatiza a importância de observar as diferenças de contexto de um país para outro, conforme as políticas de emprego adotadas, a amplitude e o formato dos sistemas de welfare, os sistemas industriais e suas relações, e a cultura mais ampla.…”
Section: As Dificuldades Para a Organização Coletivaunclassified
“…Tais diferenças se refletem em variações nas representações sobre a procura de trabalho e os padrões de mobilização de recursos para a obtenção da ocupação: onde o padrão de duração dos vínculos é mais estável (caso do Japão), o desemprego é mais comumente vivido como privação individual da qual se procura sair com recurso à consulta a jornais e revistas (77,7%), seguida de perto por agências públicas de emprego (65,2%); na França, onde a proteção pela regulação normativa do desemprego é maior, o principal mecanismo é a procura direta no mercado, com suporte do sistema público de apoio ao desempregado; por fim, em São Paulo, os mecanismos que mais se destacam são as redes sociais, especialmente família e amigos próximos (79,5%). Guimarães (2002) também ressalta que as representações variam não apenas de uma sociedade para outra, mas de acordo com a evolução do problema no interior de uma mesma sociedade. Nesse sentido, mostra que, dentro do Brasil, a maneira de os desempregados identificarem-se e representarem-se tendeu a variar segundo a extensão da crise do desemprego e as consequentes possibilidades de retorno ou não à situação de trabalho anterior.…”
Section: As Dificuldades Para a Organização Coletivaunclassified
“…Um país que sobrevive a uma recessão econômica persistente nas últimas déca-das e convive com o aumento do desemprego e dos subempregos (Guimarães, 2002;Urani, 1995) o que acarreta o comprometimento da saúde física e mental da população em idade produtiva (Ludermir, 2000). Abordamos, então, jovens na iminência de ingressarem num mercado de trabalho pouco atraente, que, sendo alunos de cursos que oferecem a disciplina Orientação Vocacional e Profissional, poderão orientar outros jovens para também ingressarem neste mesmo mercado, que apresenta entraves poderosos: Ainda contextualizando, temos na formação escolar brasileira duas outras situações que corroboram e agravam as dificuldades encontradas pelos jovens que ingressam no mercado de trabalho brasileiro: os programas de aprovação escolar compulsória e os programas federais e estaduais de incentivo à formação superior, a exemplo do ProUni, Fies, Escola da Família.…”
Section: Introductionunclassified