RESUMO -A soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma das culturas de maior importância econômica no mundo. Em vista disso, as cultivares convencionais de soja geralmente são direcionadas para as indústrias de extração de óleo e o subproduto destas indústrias destinadas a alimentação animal. Contudo algumas cultivares de soja geneticamente melhoradas podem apresentar características que as tornam adequadas para diferentes utilizações, inclusive na alimentação humana. Assim, este trabalho teve como objetivo obter e caracterizar farinhas de soja provenientes de três variedades, uma convencional (Vmax), e duas para alimentação humana (BR 257 e BRS 267), quanto a sua composição físico-química e solubilidade proteica. As farinhas foram caracterizadas em relação a umidade, proteínas, lipídeos, cinzas, e índices de solubilidade proteica. Nas cultivares Vmax e BRS 267 foi efetuado o processo de branqueamento nos grãos com e sem casca. Para obtenção das farinhas os grãos sem branqueamento (Vmax, BRS 257 e BRS 267) e branqueados (Vmax e BRS 267), ambos com e sem casca, passaram pelo processo de torra, moagem e peneiramento. O processo de torra a 150°C por 30 minutos fez com que a solubilidade proteica atingisse valores abaixo de 10%, devido a severidade do tratamento. A farinha da variedade BRS 267 demostrou um maior conteúdo proteico, podendo melhorar o valor nutricional de alimentos a base de soja. Já a farinha obtida da cultivar Vmax foi a que mostrou o maior conteúdo lipídico, podendo ser utilizada nas indústrias de extração de óleo, para o fabrico de uma infinidade de produtos. Na farinha da cultivar BRS 257, foi observada uma composição química com valores intermediários as demais cultivares, mas com a vantagem de não necessitar de processamento térmico para a inativação das enzimas lipoxigenases (LOXs).