“…Exercendo influência a partir das margens da sociedade, eram mal vistas pela elite, cujo sonho era configurar a Capital Federal da recém criada República como uma Paris tropical. (Gomes, 2003;Velloso, 1990) No lento processo de valorização de elementos africanos e afrobrasileiros na cultura brasileira, que ganhou impulso com ações de artistas e intelectuais desde o final do século XIX e mereceu especial atenção durante o regime ditatorial do Estado Novo (1937-45), a baiana ganhou outra ressonância social: foi conduzida ao centro do imaginário nacional, eleita como um dos emblemas da brasilidade e exaltada em diversos contextos sociais, embora não desvinculada da exploração sexual e do racismo. Além do carnaval, em que era um elemento fundamental das escolas de samba e uma fantasia usada por mulheres e homens, adultos e crianças, a baiana ganhou representações em música, artes plásticas, teatro, cinema, literatura, museologia, concursos de beleza.…”