“…Não é o caso aqui de passar em revista os filósofos, naturalistas e cientistas que se debruçaram na imensa tarefa de "invenção das raças". Para fim de ilustração, basta para os propositivos deste artigo lembrar os nomes de Jean Louis R. Agassiz (1807-1873), Samuel George Morton (1799-1851), autor de "Crania Americana" (1839), Conde de Goubineau (1816-1882), célebre pela obra "Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas" (1858), Houston Stewart Chamberlain , conhecido pelo extremo arianismo e antissemitismo, reconhecido como o "antropólogo do Kaiser" (Guilherme II), que fizeram do racismo um esteio para as políticas nacionalistas, segregacionistas, colonialistas e, no limite, eugênicas e genocidas (DARMON, 1991;SCHWARCZ, 1993;PATY, 1998;GOLD, 1999;MENAND, 2002;BLAK, 2003;STEPAN, 2005;BARBUJANI, 2007;DIWAN, 2007, ALMEIDA, 2018. Para além das diferentes abordagens, o que unia esses teóricos era a ideia da hierarquia entre as raças (superiores e inferiores) e a aversão à miscigenação, considerada fenômeno degenerativo da civilização.…”