“…Os comentadores do tema das relações raciais na obra de Guerreiro Ramos concordam em um ponto fundamental: a democracia racial proposta por esse autor é uma ressignificação ambivalente, feita no interior da intelligentsia negra, do ideário sistematizado por Gilberto Freyre, Arthur Ramos e Donald Pierson acerca da convivência relativamente harmônica das raças no Brasil, atribuída à forma especial da colonização portuguesa baseada na mestiçagem biológica e social (MAIO, 1996;GUIMARÃES, 2003GUIMARÃES, , 2004GUIMARÃES, , 2009BARBOSA, 2004;CAMPOS, 2015 (SOUZA, 2000;GUIMARÃES, 2001) e Arthur Ramos (CAMPOS, 2002), a democracia racial era um fato consumado no Brasil. Esse fato se explicaria, segundo esses autores, sobretudo pelo padrão cultural dos colonizadores portugueses que se utilizaram da mestiçagem biológica e cultural como maneira de manter seu domínio sobre as terras descobertas.…”