Direitos para esta edição cedidos à Atena Editora pelos autores. Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição-Não-Comercial-NãoDerivativos 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores, inclusive não representam necessariamente a posição oficial da Atena Editora. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Todos os manuscritos foram previamente submetidos à avaliação cega pelos pares, membros do Conselho Editorial desta Editora, tendo sido aprovados para a publicação com base em critérios de neutralidade e imparcialidade acadêmica.A Atena Editora é comprometida em garantir a integridade editorial em todas as etapas do processo de publicação, evitando plágio, dados ou resultados fraudulentos e impedindo que interesses financeiros comprometam os padrões éticos da publicação. Situações suspeitas de má conduta científica serão investigadas sob o mais alto padrão de rigor acadêmico e ético.
O objetivo deste artigo é investigar o projeto político gerado em torno da democracia racial pela intelligentsia negra dos anos de 1940 e 1950, com foco na perspectiva de Guerreiro Ramos. Mostramos a partir de que perspectiva esse projeto foi desenvolvido, para quem ele se dirigia, quais suas razões sociológicas e qual sua legitimidade no contexto brasileiro. Em seguida, mostramos como ele pretendia atuar na canalização das irracionalidades produzidas pela mudança da estrutura social de uma ordem escravocrata e patrimonial para uma ordem competitiva e racional-burocrática. Por fim, encerramos indicando ações do Teatro Experimental do Negro que concretamente colocavam em prática esse projeto.
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San Tiago Dantas (1911-1964) e Guerreiro Ramos (1915-1982) têm trajetórias que se tocam em diversos pontos. Ambos iniciaram sua vida pública e intelectual na década de 1930, ligados ao campo católico e ao integralismo e, nas décadas de 1950 e 1960, tornaram-se ideólogos e políticos do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Apesar das coincidências, suas ideias apresentavam divergências. Neste artigo, procuramos entender as peculiaridades de seu pensamento na década de 1930, com foco nas diferentes recepções do catolicismo pelos autores e nas combinações entre os ideários católico e fascista. Argumenta-se que as diferenças encontradas explicam-se em grande parte pela trajetória social e pela posição de cada um deles no campo católico, assumindo um caráter mais conservador em San Tiago Dantas e mais heterodoxo em Guerreiro Ramos. Dessa forma, este trabalho contribui para o melhor entendimento das fases de juventude, pouco estudadas, dos dois intelectuais, bem como da constituição do campo católico no Brasil – e suas relações com o campo integralista.
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Resumo O propósito do artigo é reconstruir a relação crítica entre Guerreiro Ramos, enquanto intelectual do Teatro Experimental do Negro (TEN), e a teoria da assimilação desenvolvida pela Escola de Chicago e divulgada no Brasil por Donald Pierson. Partimos de uma análise histórica mostrando como essa teoria foi transplantada por Pierson para cá e se tornou muito influente nos anos 1940. Em seguida, abordamos brevemente as relações que se estabeleceram entre acadêmicos ligados às ciências sociais e a intelligentsia do TEN. Por fim, realizamos uma comparação entre o texto de Pierson, Brancos e Pretos na Bahia, e alguns ensaios de Guerreiro Ramos escritos no início da década de 1950, mostrando as críticas desse último aos conceitos empregados naquela obra. Constatamos uma crítica ao etnocentrismo e ao racismo incorporados nesses conceitos e também uma reformulação dos mesmos visando superar esses elementos e pensar um processo em que o povo negro seria protagonista de sua história. Ao recuperar essa crítica nosso objetivo é contribuir para a descolonização e desprovincialização da sociologia, recuperando a agência de um importante intelectual e militante negro que construiu críticas contundentes e bem fundamentadas a um dos principais paradigmas das ciências sociais acerca das relações raciais.
O objetivo deste artigo é o de realizar um balanço crítico das interpretações acerca do significado, do lugar e da função do conceito de democracia racial no pensamento do sociólogo Alberto Guerreiro Ramos. Partindo do levantamento crítico de alguns comentadores (Marcos Chor Maio, Antonio Sérgio Alfredo Guimarães, Muryatan Santana Barbosa e Luiz Augusto Campos), pretendemos mostrar que o conceito de democracia racial foi apropriado da intelectualidade acadêmica pelos intelectuais militantes negros dos anos de 1940 e 1950 e transformado em: a) um projeto político e social de integração das populações negras à estrutura social competitiva em emergência; e b) numa terapêutica das subjetividades colonizadas a partir da estética da negritude. Por fim, faremos uma síntese das continuidades e rupturas entre a democracia racial segundo seus intérpretes tradicionais e conforme os militantes negros dos anos de 1940 e 1950, sobretudo a partir da obra de Guerreiro Ramos.
Este trabalho relata processos educacionais ocorridos entre uma pedagoga com grande interesse na literatura infantil, um sociólogo formado nas práticas da capoeira angola e um grupo heterogêneo de crianças de 4 a 12 anos frequentadoras de uma organização não-governamental na cidade de Itirapina, SP. Nesse processo foram combinados saberes acadêmicos como a pedagogia e a sociologia com saberes não acadêmicos como a capoeira angola e a literatura. O resultado foi a construção de uma série de pequenos rituais que, por sua vez, constituíram um espaço de socialização que trouxe segurança psíquica para as crianças expressarem sua subjetividade de maneira cooperativa e não violenta. No que tange ao saber sociológico e pedagógico, esses rituais foram construídos a partir dos aportes teóricos da sociologia da infância, sobretudo da categoria de processos de socialização, dentro dos quais a criança é considerada um agente ativo em seu tornar-se pessoa. Os resultados apreendidos a partir dos relatos das crianças e de observações diretas, mostram um aumento significativo no relacionamento intersubjetivo baseado na cooperação.
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