Abstract:O aumento significativo do encarceramento de mulheres no Brasil tem trazido impacto para as políticas de segurança, administração penitenciária, assim como para as políticas específicas à desigualdade de gênero. Este texto decorre do mapeamento da literatura acessada em banco de dados e objetiva ampliar a discussão sobre a saúde das mulheres no Sistema Prisional, focalizando o recorte de gênero que circula nos artigos nacionais e internacionais publicados entre 2004 e 2015. Para construir o objeto de estudo, e… Show more
“…Pode-se observar também que a saúde dessas mulheres é afetada de diversas formas, principalmente por elas terem características mais vulneráveis como sensibilidade e angustia. Visto que o cárcere é considerado um ambiente hostil, ele favorece os sentimentos de abandono, tristeza, saudade e solidão (Santos, 2017;Ribeiro, 2017). Como discutido anteriormente, percebe-se que é um somatório de fatores que geram sentimentos angustiantes nas mulheres cárceres, pois com a perda da liberdade, os julgamentos, vem o afastamento dos filhos e familiares e a precariedade de muitas prisões.…”
O presente artigo tem como objetivo conhecer a percepção de mulheres em privação de liberdade acerca de sua saúde mental. Foi realizado um estudo descritivo de abordagem qualitativa, utilizando entrevistas semiestruturadas que foram gravadas com oito mulheres privadas de liberdade em regime fechado em um presídio no interior do sul do país. Observamos neste estudo que as mulheres privadas de liberdade vivenciam sentimentos, como solidão, angústia, saudade, preocupação, irritação, medo e isolamento, durante este momento, tendo um forte impacto em sua saúde mental, observou-se pensamentos e atos suicidas. As mulheres desta pesquisa apresentam diferentes redes de apoio durante a privação de liberdade, indo de familiares e amigos presentes até ao abandono destes. A relação entre essas mulheres vista como saudável, elas relatam seres prestativas umas com as outras, e algumas disseram que restringir ao necessário a conversa com as colegas para manter a boa convivência e evitar conflitos. Como forma de distração durante o encarceramento elas realizam atividades através de um projeto, também relataram assistir TV, rádio e realizar a limpeza da cela, porém elas expõem que seria importante a realização de outras atividades, principalmente profissionalizantes e educacionais, e também atividades de promoção a sua saúde. Assim, observa-se o quanto é necessário um acompanhamento multiprofissional com olhar sob a saúde integral e educação dessas mulheres.
“…Pode-se observar também que a saúde dessas mulheres é afetada de diversas formas, principalmente por elas terem características mais vulneráveis como sensibilidade e angustia. Visto que o cárcere é considerado um ambiente hostil, ele favorece os sentimentos de abandono, tristeza, saudade e solidão (Santos, 2017;Ribeiro, 2017). Como discutido anteriormente, percebe-se que é um somatório de fatores que geram sentimentos angustiantes nas mulheres cárceres, pois com a perda da liberdade, os julgamentos, vem o afastamento dos filhos e familiares e a precariedade de muitas prisões.…”
O presente artigo tem como objetivo conhecer a percepção de mulheres em privação de liberdade acerca de sua saúde mental. Foi realizado um estudo descritivo de abordagem qualitativa, utilizando entrevistas semiestruturadas que foram gravadas com oito mulheres privadas de liberdade em regime fechado em um presídio no interior do sul do país. Observamos neste estudo que as mulheres privadas de liberdade vivenciam sentimentos, como solidão, angústia, saudade, preocupação, irritação, medo e isolamento, durante este momento, tendo um forte impacto em sua saúde mental, observou-se pensamentos e atos suicidas. As mulheres desta pesquisa apresentam diferentes redes de apoio durante a privação de liberdade, indo de familiares e amigos presentes até ao abandono destes. A relação entre essas mulheres vista como saudável, elas relatam seres prestativas umas com as outras, e algumas disseram que restringir ao necessário a conversa com as colegas para manter a boa convivência e evitar conflitos. Como forma de distração durante o encarceramento elas realizam atividades através de um projeto, também relataram assistir TV, rádio e realizar a limpeza da cela, porém elas expõem que seria importante a realização de outras atividades, principalmente profissionalizantes e educacionais, e também atividades de promoção a sua saúde. Assim, observa-se o quanto é necessário um acompanhamento multiprofissional com olhar sob a saúde integral e educação dessas mulheres.
“…O enfermeiro torna-se referênc ia para as apenadas, ele escuta e ar t icul a o acesso das mulheres aos ser v iços de saúde. Entretanto, dev ido à demanda exacerbada, muitas vezes não se consegue atender todas aquel as que prec isam de assistênc ia em saúde 42 .…”
Objetivou-se, no presente estudo, conhecer as condições de saúde das mulheres privadas de liberdade no Brasil, a partir de uma revisão da literatura científica, por intermédio de revisão integrativa em bancos de dados científicos: SciELO, PubMed, Portal da CAPES e Google acadêmico. Os descritores utilizados foram: mulheres (AND) Prisões (AND) Saúde. Após aplicar os critérios de inclusão e exclusão, fez-se a leitura dos artigos e o preenchimento de uma tabela no Excel para analisar os dados. Foram selecionados 36 artigos dentre o período de 2014 a 2019, que tratavam de temas referentes ao perfil epidemiológico das mulheres que cumprem pena no Brasil; saúde ginecológica; saúde mental e acesso à saúde no sistema prisional. O sistema carcerário brasileiro aprisiona, majoritariamente, mulheres negras e pobres, por crime de tráfico de drogas; não proporciona acesso à saúde em diversos contextos vivenciados pela mulher; trata com descaso questões referentes à prevenção e promoção de saúde para Infecções Sexualmente Transmissíveis e saúde mental; e não garante acompanhamento da mulher no período gestacional, conforme a Política de Saúde da Mulher preconiza.
“…Y, para el personal de salud, significa una respuesta más orientada a la contención de síntomas que la raíz de los problemas. Así, la farmacologización psiquiátrica, entre otras y numerosas prácticas de opresión en las prisiones femeninas emanan de sistemas penitenciarios históricamente configurados a través de categorías de masculinidad (2,50,51,52) , que revelan el carácter profundamente generizado del castigo estatal que, a su vez, refleja y profundiza la estructura generizada de toda la sociedad (3).…”
Este artículo analiza los procesos de medicalización psiquiátrica de las mujeres dentro de tres prisiones femeninas brasileñas, desde los campos de la salud mental, la antropología del confinamiento y los estudios de género. Se llevó a cabo un estudio cualitativo de carácter etnográfico (de octubre de 2006 a febrero de 2007) con observación participante, conversaciones informales, entrevistas semiestructuradas y relatos de vida. Entendidos como dispositivos estatales de poder, los procesos de medicalización psiquiátrica están marcados por tres itinerarios: criminalización masiva de mujeres, patologización (de la criminalidad femenina) y farmacologización psiquiátrica (en especial, a través de la administración de fármacos psicoactivos). Estos procesos instauran un círculo vicioso que perpetúa o produce los trastornos psiquiátricos que pretende curar, alimentando el uso y consumo de drogas (ilícitas-lícitas-ilícitas) y su vinculación con la ilegalidad, y permiten ver cómo el género, intersectado con otras categorías de diferenciación, influye en la producción de enfermedades mentales, las cuales deben ser tratadas como un problema de salud pública que se extiende más allá de los muros de las prisiones femeninas.
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