O estudo objetivou conhecer como mulheres usuárias de crack vivenciam a maternidade e enfrentam os estigmas estabelecidos pela sociedade. Realizou-se observação participante com cinco mulheres, entrevistas semi-estruturadas e construção de diário de campo, elencadas categorias culturais e os dados tratados a partir do Interpretativismo de Geertz. Percebemos o quanto as participantes enfrentam dificuldades para criar seus filhos, principalmente pelo preconceito que sofrem, o quanto foi difícil lidar com a maternidade e o uso de crack ao mesmo tempo. Estas mulheres sofrem com a exclusão social e a marginalização, muitas vezes resultando em dificuldades no acesso aos serviços de saúde.
O presente artigo tem como objetivo conhecer a percepção de mulheres em privação de liberdade acerca de sua saúde mental. Foi realizado um estudo descritivo de abordagem qualitativa, utilizando entrevistas semiestruturadas que foram gravadas com oito mulheres privadas de liberdade em regime fechado em um presídio no interior do sul do país. Observamos neste estudo que as mulheres privadas de liberdade vivenciam sentimentos, como solidão, angústia, saudade, preocupação, irritação, medo e isolamento, durante este momento, tendo um forte impacto em sua saúde mental, observou-se pensamentos e atos suicidas. As mulheres desta pesquisa apresentam diferentes redes de apoio durante a privação de liberdade, indo de familiares e amigos presentes até ao abandono destes. A relação entre essas mulheres vista como saudável, elas relatam seres prestativas umas com as outras, e algumas disseram que restringir ao necessário a conversa com as colegas para manter a boa convivência e evitar conflitos. Como forma de distração durante o encarceramento elas realizam atividades através de um projeto, também relataram assistir TV, rádio e realizar a limpeza da cela, porém elas expõem que seria importante a realização de outras atividades, principalmente profissionalizantes e educacionais, e também atividades de promoção a sua saúde. Assim, observa-se o quanto é necessário um acompanhamento multiprofissional com olhar sob a saúde integral e educação dessas mulheres.
Objetivo: conhecer as condições de saúde das mulheres privadas de liberdade no Brasil, a partir de uma revisão na literatura científica. Método: revisão integrativa em bancos de dados científicos: Scielo.org, PubMed, periódicos da CAPES e Google acadêmico. Os descritores utilizados foram: mulheres (AND) Prisões (AND) Saúde. Após aplicar critérios de inclusão e exclusão, fez-se a leitura dos artigos e o preenchimento de uma tabela no Excel para analisar os dados. Resultados: Foram selecionados 33 artigos dentre o período de 2014 e 2019, que tratavam de temas referentes ao perfil epidemiológico das mulheres que cumprem pena no Brasil; Saúde ginecológica; Saúde mental e Acesso a saúde no sistema prisional. Conclusões: O sistema carcerário brasileiro aprisiona mulheres negras e pobres, por crime de tráfico de drogas. Não proporciona acesso a saúde em diversos contextos vivenciados pela mulher, trata com descaso questões referentes a prevenção e promoção de saúde para Infecções Sexualmente Transmissíveis e saúde mental, e não garante acompanhamento da mulher no período gestacional, conforme a política de saúde da mulher preconiza.
Objetivo: conhecer as especificidades dos cuidados prestados pela equipe de enfermagem às crianças filhas de mulheres que usam drogas. Método: trata-se de estudo qualitativo, descritivo, exploratório que se utilizou, como instrumento para a coleta de dados, a entrevista semiestruturada, com 13 profissionais de enfermagem que atuam na maternidade de um hospital escola. Analisaram-se os dados conforme a técnica de Análise de Conteúdo na modalidade Análise Temática. Resultados: observou-se que existem algumas especificidades na condição de saúde dos recém-nascidos filhos de mulheres que usam drogas e alguns cuidados que se diferenciam dos cuidados às demais crianças. Evidenciou-se, ainda, que a internação hospitalar da mãe que usa drogas, na maioria das vezes, é permeada de estigma e preconceito. Conclusão: demonstrou-se a necessidade de sensibilizar os profissionais para o tema, buscando superar possíveis estigmas sofridos por estas crianças e prestar uma assistência de qualidade para elas. Descritores: Cuidados de Enfermagem; Recém-nascidos; Mulheres; Usuários de Drogas; Enfermagem; Estigma Social.AbstractObjective: to know the specificities of the care provided by the nursing staff to the children of women who use drugs. Method: this is a qualitative, descriptive, exploratory study that used, as an instrument for data collection, a semi-structured interview with 13 nursing professionals who work in the maternity hospital of a teaching hospital. Data was analyzed according to the technique of Content Analysis in the Thematic Analysis modality. Results: it was observed that there are some specificities in the health condition of newborn children of women who use drugs and some care that differ from the care of other children. It was also evidenced that the hospitalization of the mother who uses drugs, in most cases, is permeated by stigma and prejudice. Conclusion: it was demonstrated the need to sensitize professionals to the theme, seeking to overcome possible stigmas suffered by these children and provide quality care for them. Descriptors: Nursing Care; Infant, Newborn; Women; Drug Users; Nursing; Social Stigma. ResumenObjetivo: conocer las especificidades de la atención brindada por el personal de enfermería a los hijos de mujeres que usan drogas. Método: este es un estudio cualitativo, descriptivo, exploratorio que utilizó, como instrumento para la recolección de datos, una entrevista semiestructurada con 13 profesionales de enfermería que actúan en la maternidad de un hospital escuela. Los datos se analizaron de acuerdo con la técnica de Análisis de Contenido en la modalidad de Análisis Temático. Resultados: se observó que existen algunas especificidades en el estado de salud de los recién nacidos de mujeres que usan drogas y algunos cuidados que difieren del cuidado de otros niños. También se evidenció que la hospitalización de la madre que usa drogas, en la mayoría de los casos, está impregnada de estigma y prejuicio. Conclusión: se demostró la necesidad de sensibilizar a los profesionales sobre el tema, buscando superar los posibles estigmas que sufren estos niños y brindarles una atención de calidad. Descriptores: Atención de Enfermería; Recién Nacido; Mujeres; Consumidores de Drogas; Enfermería; Estigma Social.
Objetivo: conhecer a visão da mulher usuária de crack em relação a experiência da maternidade. Método: estudo qualitativo, com cinco mulheres que utilizaram crack na gestação. Dados coletados entre maio e agosto de 2014, através da observação participante, construção de diário de campo e entrevistas semiestruturadas. A análise seguiu o Interpretativismo, de Clifford Geertz. Resultados: o uso de crack não é fator fundamental no processo de maternidade das mulheres usuárias, alguns fatores podem influenciar na relação entre mãe e filho e na experiência da mulher neste processo, como o desejo de ser mãe, planejamento da gravidez e contexto familiar. Conclusão: deve-se pensar em políticas públicas de saúde intersetoriais, visando atender as usuárias de forma integral, diminuindo a desigualdade social e propondo uma abordagem que destaque as possibilidades, especificidade e singularidade do indivíduo.
RESUMOObjetivo: conhecer as estratégias socioafetivas utilizadas por familiares durante o processo de maternidade de mulheres usuárias de crack. Método: estudo qualitativo realizado a partir de entrevistas semiestruturadas com cinco familiares de mães usuárias de crack. Os dados foram produzidos na residência de cada participante e analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo, na modalidade Análise Temática. Resultados: alguns familiares apresentaram sobrecarga em relação aos cuidados da criança e referiram que deixaram as suas atividades de lado para prestar cuidado e apoio às crianças e às usuárias durante esse processo. Conclusão: acredita-se que as necessidades dos familiares devem ser priorizadas pelos serviços de saúde e também por pesquisadores, especialmente, por serem eles a principal rede de apoio das mulheres usuárias de crack durante o processo de maternidade. Descritores: Relações Familiares; Cocaína crack; Apoio social; Gravidez; Cuidadores; Mulheres. ABSTRACT Objective: to know the socio-affective strategies used by family members during the maternity process of women users of crack. Method: a qualitative study based on semi-structured interviews with five relatives of mothers using crack. The data were produced at the residence of each participant and analyzed using the Content Analysis technique, in the Thematic Analysis modality. Results: some relatives presented an overload in relation to the care of the child and reported that they left their activities aside to provide care and support to the children and users during this process. Conclusion: It is believed that the needs of family members should be prioritized by the health services and also by researchers, especially as they are the main support network for women who use crack during the maternity process. Descritores: Family Relations; Crack Cocaine; Social Support; Pregnancy; Caregivers; Women. RESUMEN Objetivo: conocer las estrategias socioafectivas utilizadas por familiares durante el proceso de maternidad de mujeres usuarias de crack. Método: estudio cualitativo realizado a partir de entrevistas semiestructuradas con cinco familiares de madres usuarias de crack. Los datos fueron producidos en la residencia de cada participante y analizados a partir de la técnica de Análisis de Contenido en la modalidad Análisis Temático. Resultados: algunos familiares presentaron sobrecarga en relación a los cuidados del niño y mencionaron que dejaron sus actividades de lado para prestar el cuidado y apoyo a los niños y las usuarias durante este proceso. Conclusión: se cree que las necesidades de los familiares deben ser priorizadas por los servicios de salud y también por investigadores, especialmente por ser ellos la principal red de apoyo de las mujeres usuarias de crack durante el proceso de maternidad. Descritores: Relaciones Familiares; Cocaína Crack; Apoyo Social; Embarazo; Cuidadores; Mujeres.
O presente trabalho tem como objetivo conhecer as experiências de usuárias de crack com a figura materna e a participação ou não dos companheiros no cuidado dos filhos. Trata-se de um estudo qualitativo, utilizando: observação participante, diário de campo e entrevistas semiestruturadas com cinco mulheres. Dados coletados no território durante quatro meses e analisados a partir do Interpretativismo. Observou-se que em relação a figura materna a maior parte dos relatos é permeado por conflitos. Quanto ao genitor, a maior parte das mães não conta com o cuidado do mesmo, em alguns casos tem-se o apoio financeiro. O estudo mostra que mesmo permeado de conflitos é de suma importância o apoio dos genitores junto a criação dos filhos e que quanto a relação de usuárias de crack com a figura materna os resultados são permeados pelas vivências individuais e suas construções familiares. É necessário que a equipe de saúde atente-se ao atendimento objetivando o acolhimento e a escuta.
Objetivou-se, no presente estudo, conhecer as condições de saúde das mulheres privadas de liberdade no Brasil, a partir de uma revisão da literatura científica, por intermédio de revisão integrativa em bancos de dados científicos: SciELO, PubMed, Portal da CAPES e Google acadêmico. Os descritores utilizados foram: mulheres (AND) Prisões (AND) Saúde. Após aplicar os critérios de inclusão e exclusão, fez-se a leitura dos artigos e o preenchimento de uma tabela no Excel para analisar os dados. Foram selecionados 36 artigos dentre o período de 2014 a 2019, que tratavam de temas referentes ao perfil epidemiológico das mulheres que cumprem pena no Brasil; saúde ginecológica; saúde mental e acesso à saúde no sistema prisional. O sistema carcerário brasileiro aprisiona, majoritariamente, mulheres negras e pobres, por crime de tráfico de drogas; não proporciona acesso à saúde em diversos contextos vivenciados pela mulher; trata com descaso questões referentes à prevenção e promoção de saúde para Infecções Sexualmente Transmissíveis e saúde mental; e não garante acompanhamento da mulher no período gestacional, conforme a Política de Saúde da Mulher preconiza.
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