O enfrentamento do estigma vivido por mulheres/mães usuárias de crack

Abstract

O estudo objetivou conhecer como mulheres usuárias de crack vivenciam a maternidade e enfrentam os estigmas estabelecidos pela sociedade. Realizou-se observação participante com cinco mulheres, entrevistas semi-estruturadas e construção de diário de campo, elencadas categorias culturais e os dados tratados a partir do Interpretativismo de Geertz. Percebemos o quanto as participantes enfrentam dificuldades para criar seus filhos, principalmente pelo preconceito que sofrem, o quanto foi difícil lidar com a maternidade e o uso de crack ao mesmo tempo. Estas mulheres sofrem com a exclusão social e a marginalização, muitas vezes resultando em dificuldades no acesso aos serviços de saúde.

Representações sociais de enfermeiras acerca do cuidado que mulheres usuárias de crack prestam ao recém-nascido

“…Esta ideia central nos mostra a importância destas mulheres terem um acompanhamento da equipe de saúde, baseado no princípio da integralidade. Os profissionais devem estar preparados para ouvir a usuária, entendê-la inserida em seu contexto social e, a partir daí, atender às demandas e necessidades, não somente da usuárias mas também inserir a família neste processo, observando quais os riscos e vulnerabilidades a que estão expostas (Camargo et al, 2018).…”

Representações sociais de enfermeiras acerca do cuidado familiar recebido por mulheres usuárias de crack durante a internação na maternidade e centro obstétrico

“…Mostrou também que esta avó além de cuidar o bebê e a filha, também é responsável pelos cuidados dos outros membros da família, podendo sentir-se sobrecarregada. Os pesquisadores também realizaram encontros a fim de passarem orientações da importância do fortalecimento do vínculo com todos os familiares (Camargo et al;.…”

Tratamento de mulheres usuárias de crack: Uma análise a partir da literatura

“…Para Medeiros e colaboradores mulheres sempre foram mais criticadas que homens por usarem drogas, sendo acusadas por não cumprirem funções femininas ou de se tornarem sexualmente promíscuas quando intoxicadas (Madeiros, Maciel, Sousa & Vieiura, 2015). Cuidar e educar os filhos faz parte, culturalmente, do papel feminino e uma mãe usuária de drogas é vista pela sociedade como irresponsável e egoísta (Camargo et al, 2018). Estes mesmos autores afirmam que essas mulheres são duplamente estigmatizadas e sentem culpa pelo vício, ocasionando baixa auto-estima e sintomas de ansiedade (Camargo et al, 2018).…”

“…Cuidar e educar os filhos faz parte, culturalmente, do papel feminino e uma mãe usuária de drogas é vista pela sociedade como irresponsável e egoísta (Camargo et al, 2018). Estes mesmos autores afirmam que essas mulheres são duplamente estigmatizadas e sentem culpa pelo vício, ocasionando baixa auto-estima e sintomas de ansiedade (Camargo et al, 2018).…”

“…Um referencial que não deve ser adotado é o conceito da abstinência, criticado em diferentes estudos já que se baseia na cura da doença, pautada no modelo biomédico, e na concepção do usuário como vítima da substância (Paula, Jorge, Albuquerque & Queiroz, 2014;Medeiros, 2014). Mesmo sendo criticado os autores reconheceram que este referencial pode aparecer no tratamento e que existem fatores promotores das decisões sobre manter-se abstinente, como medo de perderem seus filhos, devido à desestruturação de suas vidas causadas pelo consumo do crack (Camargo et al, 2018;Carvalho et al, 2017;Ventura et al, 2020).…”