This article aims to unveil the notion of abortion as an element in young people's thoughts on teenage pregnancy. The study analyzes data from semi-structured interviews with 123 young men and women 18-24 years of age in Porto Alegre, Rio de Janeiro, and Salvador, Brazil, belonging to different social strata. Based on information concerning their affective, sexual, and reproductive circumstances, an abortion typology was established with a gradient ranging from considering the act to the attempt to materialize it, actually submitting to abortion, and even ruling out the possibility of interrupting the pregnancy. According to the data, 73% of interviewees had considered the possibility of an abortion, demonstrating an important presence of this notion as a recourse vis-à-vis an unpredicted pregnancy, even in the Brazilian context where abortion is illegal. Among the 86 young people who had experienced a pregnancy, 27 reported having resorted to abortion (20 males and seven females). The results indicate gender differences and contribute to an understanding of teenage pregnancy by examining induced abortion, a hidden dimension in the public and scientific debate on this issue.
Resumo: O artigo apresenta os resultados da pesquisa qualitativa realizada por meio de entrevistas semiestruturadas em profundidade com dez adolescentes moradoras de uma favela da Zona Sul do Rio de Janeiro, Brasil, com idades entre 15 e 17 anos, e com experiência de aborto ilegal praticado entre 12 e 17 anos. Buscou-se examinar de modo mais efetivo a questão do aborto ocorrido na adolescência e as estratégias usadas pelas adolescentes para concretizá-lo em contexto ilegal. Foram evidenciados os métodos utilizados, os locais de realização e a maneira pela qual aconteceu o processo de realização do aborto. Os abortos foram realizados em clínicas clandestinas; no apartamento do amigo de um dos parceiros; e por meio do uso do remédio Cytotec (misoprostol). Os valores pagos variaram entre R$ 500,00 e R$ 2.500,00, e todos foram realizados sem o conhecimento ou participação dos responsáveis pelas adolescentes. Uma adolescente teve de recorrer a um serviço de saúde por conta de complicações resultantes do aborto. As entrevistadas contaram com amigas e/ou parceiros, e quase todas se encaminharam sozinhas para realizar o aborto, o que deve motivar uma reflexão sobre os riscos corridos e a solidão dessas adolescentes para a realização de um ato inseguro e ilegal. Conclui-se que o estudo sobre o aborto nesse momento da vida representa contribuições importantes para a compreensão da sexualidade e reprodução na adolescência.
Resumo Este artigo aborda o tema da iniciação sexual na adolescência, com foco nas narrativas de dez jovens com experiência de aborto induzido, moradoras de uma favela do Rio de Janeiro. A análise lança mão da descrição do processo de entrada na sexualidade como estratégia para elucidar o contexto da gravidez e do primeiro aborto clandestino na trajetória afetivo-sexual das jovens aqui entrevistadas. Considera-se a iniciação um domínio da sexualidade e da vida social que envolve socialização, interpretação de regras e significados, sistema de atitudes, formas de aproximação, controle e modelação dos afetos, das emoções e das relações de gênero. Os resultados mostraram que a diferença de idade entre os pares na iniciação amorosa sexual é significativa, clarificando o contexto em que ocorreram as decisões sobre métodos contraceptivos, gravidez e aborto. Notou-se que as adolescentes se submetem a difíceis decisões sobre sua sexualidade e reprodução, em um momento de vida em que ainda lhes falta experiência sexual e reprodutiva. A partir dos dados, demonstra-se a importância do fortalecimento de políticas públicas, discussões sobre gênero e direitos sexuais e reprodutivos na adolescência em diversos âmbitos da sociedade, como escola, família e demais instituições.
RESUMO: As modifi cações estruturais podem ser mensuradas a partir da avaliação postural, pois esta possibilita melhor entendimento sobre os desequilíbrios osteomioarticulares do aparelho locomotor. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar os desvios posturais de atletas de duas diferentes modalidades praticadas no Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Região Norte. Participaram do estudo 15 indivíduos, sendo 6 praticantes da modalidade tênis de mesa (TM) e 9 mulheres praticantes da modalidade ginástica rítmica (GR). Para avaliação da postura foi utilizada uma câmera digital (SONY®, DSC-S600) em 3 posições: vista anterior, vista posterior e perfi l lateral direito, sendo os dados processados no software SAPO. Os valores médios do ângulo Q da GR são maiores que TM, bem como a inclinação anterior torácica da coluna da GR é maior que TM, diferente da assimetria do ombro do grupo TM, que apresentou valores maiores que GR. Situação contrária foi observada para a assimetria de quadril. Desta forma, os atletas estudados não apresentaram valores diferentes dos habituais e o protocolo com a redução dos pontos anatômicos, demonstra boa relação para as variáveis analisadas.Palavras-chave: postura, posturografi a, alto rendimento, desempenho, análise postural.
Resumo O consumo de drogas por mulheres jovens tem apresentado índices cada vez mais próximos aos dos homens, chegando a atingir índices superiores dependendo da substância em análise. Levando-se em conta a escassez de pesquisas realizadas com usuárias de drogas, em especial com as pertencentes às camadas socioeconômicas mais altas, a questão central neste trabalho é o gênero no uso de drogas. Este texto é baseado em etnografia realizada em bares e boates da Zona Sul e Centro da cidade do Rio de Janeiro e de entrevistas com jovens - homens e mulheres - pertencentes às camadas médias cariocas. Argumentamos que as relações desiguais de gênero e os modelos normativos de feminilidade e masculinidade são reproduzidos na iniciação e manutenção do uso de drogas, o que evidenciará particularidades de gênero, inclusive no que diz respeito às consequências danosas à saúde e sociais do uso para as mulheres. Identificamos que o uso de drogas por jovens é feito num ir e vir de contestações e acomodações em relação às normativas de gênero, no entanto, usuárias são mais estigmatizadas e marginalizadas socialmente, dependem do homem para acesso a droga e experienciam violência de gênero por parte parceiro sexo-afetivo e nos pontos de venda de drogas.
Resumo O abuso de crack evidencia um problema de saúde pública complexo a ser enfrentado. Neste contexto, o consumo pelas mulheres as coloca em situação de maior vulnerabilidade. O artigo tem como objetivos identificar e descrever as motivações para o acesso ao tratamento de mulheres usuárias de crack em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPSad), voltado ao atendimento de pessoas com problemas com o álcool e outras drogas. Trata-se de um estudo qualitativo, feito através de observação participante e realização de nove entrevistas em profundidade com mulheres usuárias de crack, submetidos à análise temática. Os resultados indicam a presença do corpo como o argumento usado pelas mulheres para justificar a procura pelo atendimento no CAPSad. As questões ligadas ao corpo, tais como, as vivências de cansaço físico, dor, sono, emagrecimento, esgotamento, medo de morrer e da violência das ruas, direcionaram as usuárias para o tratamento. Muitas delas sentiam essa necessidade em decorrência do abuso do crack e precisavam de ajuda dos profissionais de saúde, por meio do pedido de medicação e acolhimento noturno. Assim, é fundamental reconhecer o uso do corpo como ferramenta de acesso ao tratamento por parte das mulheres usuárias de crack.
O artigo discute os objetivos, os processos seletivos e a caracterização dos estudantes inseridos em programas de iniciação científica no ensino médio, com o objetivo de analisar as tensões entre a inclusão e a exclusão social das juventudes nessas iniciativas, enquanto contradições produzidas pelo capital, constitutivamente presentes na educação. Os limites das considerações da revisão narrativa estão dados pelo universo empírico dos programas em tela, que são independentes entre si. Desse modo, o artigo sinaliza as dificuldades de generalização da dinâmica sociocultural dos diversos contextos da iniciação científica no ensino médio, mediante suas especificidades. Ao mesmo tempo, demonstra que a estrutura dos diversos programas de iniciação científica no ensino médio pode vir a favorecer a outorga de capital social, engendrando rede extrafamiliar fonte de benefícios, principalmente a outorga de capital cultural. Portanto, favorecem a ruptura da circularidade dos capitais detidos pelos segmentos sociais desfavorecidos, constituindo-se em espaços de inclusão social.Esta constatação não obsta a importância da democratização da modalidade para as juventudes historicamente alijadas dos contextos de produção científica, corroborando também a importância da construção de critérios objetivos contra a reprodução de desigualdades associadas aos estabelecimentos escolares da rede pública de ensino e padrões de raça e gênero.
Objetivo: Identificar e analisar as formas de tratamento direcionadas as mulheres usuárias de crack apresentadas na literatura. Método: Revisão bibliográfica, do tipo revisão integrativa da literatura, com base em produções científicas disponíveis em: BVSpsi, Pepsic, Socindex e Pubmed. Selecionados 36 estudos qualitativos e de campo, com mulheres usuárias de crack como sujeitos do estudo. Resultados: O estigma foi a principal barreira para o tratamento. Indica-se que seja adotada a perspectiva de gênero no tratamento das usuárias de crack e a inclusão da família pode amenizar conflitos e favorecer ações de cuidado. Ressalta-se a menção das salas de uso como um fator de proteção contra as diversas situações de violência presentes no território. Conclusão: É fundamental incluir questões relativas ao feminino na definição das formas de tratamento destinadas as mulheres usuárias de crack. Este artigo pode indicar lacunas nas pesquisas de campo que precisam ser aprofundadas e ampliadas para outras realidades.
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