Resumo O consumo de drogas por mulheres jovens tem apresentado índices cada vez mais próximos aos dos homens, chegando a atingir índices superiores dependendo da substância em análise. Levando-se em conta a escassez de pesquisas realizadas com usuárias de drogas, em especial com as pertencentes às camadas socioeconômicas mais altas, a questão central neste trabalho é o gênero no uso de drogas. Este texto é baseado em etnografia realizada em bares e boates da Zona Sul e Centro da cidade do Rio de Janeiro e de entrevistas com jovens - homens e mulheres - pertencentes às camadas médias cariocas. Argumentamos que as relações desiguais de gênero e os modelos normativos de feminilidade e masculinidade são reproduzidos na iniciação e manutenção do uso de drogas, o que evidenciará particularidades de gênero, inclusive no que diz respeito às consequências danosas à saúde e sociais do uso para as mulheres. Identificamos que o uso de drogas por jovens é feito num ir e vir de contestações e acomodações em relação às normativas de gênero, no entanto, usuárias são mais estigmatizadas e marginalizadas socialmente, dependem do homem para acesso a droga e experienciam violência de gênero por parte parceiro sexo-afetivo e nos pontos de venda de drogas.
Resumo: O presente texto propõe, a partir de uma pesquisa-intervenção sobre gênero e sexualidade realizada de 2014 a 2017 no Sistema Socioeducativo do Rio de Janeiro, a análise de alguns deslocamentos que surgiram nas atividades realizadas, sendo estas de cunho pedagógico, crítico e reflexivo, tanto com jovens privados de liberdade quanto com profissionais e gestores. A partir da perspectiva dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, nossas ações buscaram desestabilizar noções e relações cristalizadas no cotidiano do Sistema, ao mesmo tempo em que se empenharam em criar parcerias e potencializar a garantia de direitos imbricados no projeto de socioeducação.Palavras-chave: Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos; Sistema Socioeducativo; Educação; Cartografia
Este texto relata e põe em análise os caminhos percorridos em uma pesquisa cartográfica desenvolvida a partir de questões de gênero e sexualidade em unidades de internação do Sistema Socioeducativo do Rio de Janeiro. Em meio a surpresas, angústias e desafios, discutimos aspectos éticos e metodológicos do nosso percurso como pesquisadoras, a partir da cartografia como uma perspectiva ético-político-estética-metodológica que tem como objetivo, mote ou pretexto acompanhar processos. Cartografar é abrir-se ao encontro, perseguir redes de forças, mergulhar em intensidades. Isso possibilita parcerias e permite que as tensões e potências do encontro das pesquisadoras no campo se constituam também como seus analisadores.
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