Journal of Human Growth and Development 2012; 22(3): 367-372 ORIGINAL RESEARCH
RESUMO:Este estudo teve por objetivo discutir a utilização da Escala de Ajustamento Diádico (EAD) para a avaliação do construto conjugalidade, a partir da investigação das correlações entre as suas dimensões: coesão, consenso, satisfação e expressão do afeto. A escala foi aplicada em uma amostra de conveniência e não-probabilística de 106 pessoas casadas e coabitando há 16,11±11,35 anos. Os dados obtidos evidenciaram que todos os domínios da escala correlacionaram-se moderadamente entre si, embora a análise multivariada stepwise aponte que apenas a coesão diádica esteve diretamente associada ao consenso diádico e à expressão do afeto. Tal achado confirma a adequação da escala para a mensuração não apenas do ajustamento diádico, mas também da conjugalidade. Sugere-se a possibilidade de utilização combinada com outros instrumentos associados, que avaliem dimensões individuais de satisfação com o cônjuge.Palavras-chave: casamento; estado conjugal; avaliação; escalas.
ABSTRACT:This study aimed to discuss the employ of the Dyadic Adjustment Scale (DAS) to the evaluation of marital relationship, based on the investigation of correlations between the dimensions: cohesion, consensus, satisfaction and expression of affection. The scale was administered to a convenience sample and non-probabilistic 106 people married for 16.11 ± 11.35 years. Data show that all areas of the scale were moderately correlated with one another, although the stepwise multivariate analysis indicated that only dyadic cohesion was directly associated with the dyadic consensus and expression of affection. This finding confirms the adequacy of the scale to measure not only of dyadic adjustment, but also of marital relationship. It was suggested the possibility of using other instruments related to assess individual dimensions of satisfaction with the spouse.Key words: marriage; conjugal status; evaluation; scales.
INTRODUÇÃOA vida conjugal tem sido alvo de pesquisas em diferentes áreas do conhecimento, como Psicologia, Ciências Sociais, Antropologia, e também do campo da saúde, no qual destacamos a Saúde Coletiva e a Saúde da Família. Nessas áreas tem-se discutido a supervalorização de uma vida saudá-vel [1][2][3] , que implica, entre outros fatores, em desfrutar de uma vida conjugal harmoniosa com impactos não apenas na vida do casal como também na criação dos filhos e no desenvolvimento da famí-lia 4-5 . Assim, a assunção da conjugalidade tem sido relevada como uma questão de saúde para o casal e também para a família, sendo apontada como fator de proteção para doenças orgânicas e transtornos mentais, e fonte de apoio social importante frente a eventos estressores. Alguns estudos 6-7 retratam a conjugalidade dos pais e as formas de transmissão de valores e práticas através das ge-