“…Essa especificidade estética tem a ver com feitios extraliterários. Em uma conferência proferida há cerca de 30 anos, o crítico João Alexandre Barbosa (1988) explicou que, à medida que a experiência literária vai se alargando por meio de outras experiências de cunho social, como a experiência urbana, por exemplo, também vai ficando mais evidente um paradoxo fundamental que constitui o objeto literário contemporâneo: o que se lê no texto é sempre mais do que apenas literatura; ou melhor, entre o que se diz, de onde se diz e o modo pelo qual se diz há um descompasso, uma intenção, um discurso subjacente, algo que serve de gatilho e de orientação para a existência daquela literatura.…”