68Esta pesquisa objetiva analisar as estratégias de internacionalização utilizadas por quatro indústrias farmacêuticas brasileiras. A metodologia se caracteriza como descritiva, documental e qualitativa. As indústrias farmacêuticas brasileiras pesquisadas, são classificadas como multinacionais, apresentam tipologias diferenciadas para os modos de entrada no mercado estrangeiro: Eurofarma, EMS e Cristália, por exportação direta, e no caso do Biolab, por via contratual. As estratégias adotadas por essas empresas estudadas, aproximam-se das estratégias de internacionalização mais utilizadas, ao longo das últimas décadas, e são divididas sob dois enfoques: o modelo econômico do paradigma eclético, desenvolvido por Dunning, e o modelo comportamental da Escola de Uppsala, cujos estudos foram conduzidos por Johanson e Vahlne. Os resultados sugerem que as estratégias de internacionalização das organizações estudadas não envolveram, necessariamente, uma ampla sofisticação, pois estão seguindo basicamente o que recomenda a literatura.
INTRODUÇÃOAs organizações brasileiras ainda dão pouco foco à exploração em países estrangeiros. Entretanto, devido à atual crise brasileira, a quantidade de empresas que estão se internacionalizando pela primeira vez os estreantes do mercado externo, em 2016 aumentou 149% em relação a 2015, conforme informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços [MDIC] (2017).Segundo os dados da IMS Health (2017), empresa que audita o mercado farmacêutico mundial, as vendas deste setor fecharam em 2015 em torno de US$ 1.068,8 bilhões. Os Estados Unidos, a Europa Ocidental e o Japão, em 2014, detiveram cerca 70% das vendas e as vinte maiores empresas, chamadas de "big pharmas", em torno de 60% do mercado internacional. O órgão projeta que o Brasil, que ocupava o 10º lugar no mercado farmacêutico mundial em 2010, terá o 5º maior mercado em 2020.As vendas das empresas farmacêuticas brasileiras apresentaram um crescimento nominal, em 2016, de 12,6% e, nos últimos seis anos, uma média de 16,7% ao ano. Nos últimos dois anos a indústria farmacêutica fechou com uma taxa real de 6,53%, enquanto o PIB brasileiro fechou negativo em 8% no mesmo período, No Brasil, o processo de internacionalização iniciou-se com as exportações de produtos farmacêuticos para América Latina, no período de 2009 a 2013, representando mais de 50% das vendas, e apresentando vantagens competitivas com relação à escala e à qualidade sanitária, conforme Gomes, Pimentel, Cardoso e Pieroni (2014). Os principais fatores que influenciam o crescimento da demanda por produtos farmacêuticos no Brasil, são: o envelhecimento da população; o maior uso de medicamentos genéricos; a melhoria do nível médio de renda