Abstract:Resumo A inclusão educacional de surdos tem sido frequentemente debatida, especialmente, pela condição bilíngue e bicultural dos alunos, que exige práticas diferenciadas de ensino que partem da Libras. O objetivo do estudo foi entender o que os profissionais da escola dizem sobre o papel dessa língua. Participaram: a diretora, o supervisor pedagógico, a coordenadora de linguagens e códigos, a coordenadora de humanas, o coordenador de exatas, o professor de português como segunda língua, a professora da sala de… Show more
“…A professora 03 se preocupa em esclarecer que, mesmo que haja o convívio com duas línguas no mesmo contexto, há diferentes níveis para cada uma: a Libras deve ser vista como primeira língua do sujeito surdo. A resposta "fazer o uso de duas línguas", do prof. 01, possibilita o entendimento de que uma língua pode ocupar o mesmo espaço que a outra, e assim promover diversas interpretações para a educação de alunos surdos, dando abertura para situações inclusivas citadas por Silva et al (2018), nas quais a escola espera que o aluno surdo se adapte ao modelo tradicional (já existente) e/ou a surdez é vista como limitadora do ensino. O não estabelecimento de que a língua majoritária seja a segunda língua como modalidade escrita, permite que muitos alunos surdos convivam com experiências e metodologias baseadas na oralidade, em práticas ouvintes, considerando a língua de maior circulação do meio social, principalmente em modelos que possuem alunos surdos nas salas regulares -maioria ouvinte.…”
O sistema educacional inclusivo no Brasil apresenta diversos desafios, sendo os principais relacionados à organização social – desde valores e concepções dominantes aos meios mais adequados para uma educação de qualidade para todos. Considerando a surdez como diferença linguística, este trabalho tem como objetivo compreender as concepções sobre educação bilíngue e inclusão dos professores de alunos surdos na educação infantil, relacionando práticas pedagógicas, a Língua Brasileira de Sinais e o desenvolvimento. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, tendo como instrumento de coleta de dados um questionário online. Participaram da pesquisa 15 professores ouvintes que atuam ou atuaram em salas de educação infantil com a presença de um ou mais alunos surdos em escolas da rede pública do Estado de São Paulo no período de 2016 a 2020. As análises são fundamentadas na abordagem histórico-cultural, a partir de trechos das respostas, proporcionando discussões sobre a realidade educacional de alunos surdos quanto ao modelo educacional, considerando a proposta inclusiva e o modelo bilíngue. Os resultados indicam que a satisfação escolar ainda é pautada apenas na inserção de surdos em escolas, mesmo que essas não promovam transformações efetivas no ensino e que não tenham metodologias e práticas pautadas na Língua Brasileira de Sinais. Assim, há falta de conhecimento da Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua dos alunos surdos e como a língua de instrução na educação e centralidade no desenvolvimento.
“…A professora 03 se preocupa em esclarecer que, mesmo que haja o convívio com duas línguas no mesmo contexto, há diferentes níveis para cada uma: a Libras deve ser vista como primeira língua do sujeito surdo. A resposta "fazer o uso de duas línguas", do prof. 01, possibilita o entendimento de que uma língua pode ocupar o mesmo espaço que a outra, e assim promover diversas interpretações para a educação de alunos surdos, dando abertura para situações inclusivas citadas por Silva et al (2018), nas quais a escola espera que o aluno surdo se adapte ao modelo tradicional (já existente) e/ou a surdez é vista como limitadora do ensino. O não estabelecimento de que a língua majoritária seja a segunda língua como modalidade escrita, permite que muitos alunos surdos convivam com experiências e metodologias baseadas na oralidade, em práticas ouvintes, considerando a língua de maior circulação do meio social, principalmente em modelos que possuem alunos surdos nas salas regulares -maioria ouvinte.…”
O sistema educacional inclusivo no Brasil apresenta diversos desafios, sendo os principais relacionados à organização social – desde valores e concepções dominantes aos meios mais adequados para uma educação de qualidade para todos. Considerando a surdez como diferença linguística, este trabalho tem como objetivo compreender as concepções sobre educação bilíngue e inclusão dos professores de alunos surdos na educação infantil, relacionando práticas pedagógicas, a Língua Brasileira de Sinais e o desenvolvimento. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, tendo como instrumento de coleta de dados um questionário online. Participaram da pesquisa 15 professores ouvintes que atuam ou atuaram em salas de educação infantil com a presença de um ou mais alunos surdos em escolas da rede pública do Estado de São Paulo no período de 2016 a 2020. As análises são fundamentadas na abordagem histórico-cultural, a partir de trechos das respostas, proporcionando discussões sobre a realidade educacional de alunos surdos quanto ao modelo educacional, considerando a proposta inclusiva e o modelo bilíngue. Os resultados indicam que a satisfação escolar ainda é pautada apenas na inserção de surdos em escolas, mesmo que essas não promovam transformações efetivas no ensino e que não tenham metodologias e práticas pautadas na Língua Brasileira de Sinais. Assim, há falta de conhecimento da Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua dos alunos surdos e como a língua de instrução na educação e centralidade no desenvolvimento.
“…O reconhecimento e a prática de uma formação bicultural e bilíngue de estudantes surdos exige o comprometimento, o envolvimento dos profissionais e da comunidade escolar no sentido de compreender que a língua e a cultura surda não se restringem a meros mecanismos de inclusão do surdo, mas constituem-se na identidade surda (SILVA et al, 2018). Assim, as discussões a respeito do processo de inclusão dos alunos com deficiência(s)…”
Section: Considerações Finaisunclassified
“…Vale salientar que quando desprezadas as exigências de uma condição bilíngue e bicultural é previsível os prejuízos no desenvolvimento acadêmico, cognitivo do surdo e outros encaminhamentos como a não inserção e desvantagens nas relações sociais (SILVA et al, 2018). As autoras destacaram que: (1) as políticas de formação de profissionais para a inclusão do surdo precisam de mais atenção e discussões aprofundadas; (2) os maiores problemas de ordem pedagógica situam-se nas diferentes lacunas do conhecimento destes profissionais sobre a surdez, sobre o surdo e a LIBRAS e, fator que está diretamente proporcional a políticas públicas que valorizam ou não determinadas prioridades na formação Art.…”
Nosso objetivo primordial neste trabalho foi investigar como os Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) compreendem sua ação profissional na inclusão do surdo no contexto de aulas de Ciências e Biologia. Contudo, investigamos também o cumprimento do Decreto n. 5.626/2005, que trata da obrigatoriedade da inserção deste profissional nas escolas, em duas diferentes cidades do interior paulista. Trata-se de uma Pesquisa Qualitativa em Educação na qual realizamos entrevistas semiestruturadas, análise documental e realizamos visitas a unidades escolares. Nossos resultados evidenciaram que em apenas uma das cidades existe a aplicação da Lei supra. Nesta, há apenas três escolas de Ensino Fundamental II e Ensino Médio que efetivamente recebem alunos surdos. As intérpretes participantes atuam nas escolas exclusivamente de acordo com a demanda de alunos surdos e não compreendem sua ação educativa nas aulas de ciências como atividade de ensino.
“…Estudos vem mostrando a importância de inserir no ambiente escolar o ensino sobre Língua Brasileira de Sinais LIBRAS para as crianças surdas, ou seja, a linguagem comum da comunidade dos surdos. Assim possibilita melhor a interação e interpretação durante diálogos de surdo com os demais alunos e docentes no ambiente escolar (SILVA, et al, 2018).…”
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