InTRODUÇÃOO risco de sepse pós-esplenectomia tem estimulado os procedimentos conservadores do baço, sempre que possível 5 . A manutenção de parênquima esplênico preserva as funções do baço e a defesa sistêmica contra infecção 5 . As pesquisas sobre operações conservadoras do baço, por meio de esplenectomia subtotal, na qual se preserva o seu pólo superior suprido apenas pelos vasos esplenogástricos e de esplenectomia total complementada por implantes esplênicos autógenos suturados sobre o omento maior foram iniciadas em 1979.Após extensos estudos experimentais, em 1984, este grupo realizou a primeira esplenectomia subtotal em uma paciente com hipertensão porta esquistossomática. Essa operação foi complementada com derivação esplenorrenal centralizada. O sucesso terapêutico obtido com esse procedimento, tanto complementado com derivação venosa quanto com desconexão portavarizes, fez com que fosse
ABCDDV/519Petroianu A, Cabezas-Andrade MA, Berindoague-Neto R. Operações laparoscópicas conservadoras do baço para tratar dor esplênica por isquemia.ABCD Arq Bras Cir Dig 2007; 20(1):17-22. RESUMO -Racional -Desde 1979 este grupo de autores executa esplenectomia conservadora através de esplenectomia sub-total e autotransplante esplênico. Estes procedimentos foram realizados em mais de 300 pacientes para tratar diferentes condições patológicas. Objetivo -Apresentar proposta original e inédita em seres humanos de esplenectomia subtotal, preservando apenas o pólo superior do baço por via laparoscópica e esplenectomia total complementada por implante autógeno de tecido esplênico, também pela via laparoscópica, como nova forma de tratamento da dor severa devida à isquemia do baço. Métodos -Três pacientes com intensa dor no hipocôndrio esquerdo foram submetidos a grande número de exames para concluir que sua dor era provocada por isquemia de parte do baço. A dor era resistente a todos os métodos conservadores utilizados. Decidiu-se, então, pelo tratamento cirúrgico por meio da esplenectomia subtotal, preservando o pólo superior do baço suprido pelos vasos esplenogástricos em dois casos, e esplenectomia total complementada por implante no omento maior de 20 fragmentos retirados desse baço, no terceiro caso. estendida a esplenectomia subtotal para outras indicações. Dessa maneira, a preservação apenas do pólo superior esplênico foi realizada para tratar trauma esplênico grave, hepatoesplenomegalia mielóide, doença de Gaucher, leucemia linfocítica crônica, doença de Hodgkin, hemangioma esplênico, hipodesenvolvimento somático e sexual decorrente de esplenomegalia, e doenças benignas corpocaudais do pâncreas. Em todos os casos, os resultados foram muito bons, o que resultou em gratificante experiência, superior a 200 pacientes operados com bom êxito 9,10,11,13,14,15,17,19,20,25 . Nos casos em que não é possível preservar pelo menos parte do baço em posição ortotópica, existe a alternativa do transplante autógeno de tecido esplênico. Apesar de esse procedimento já ser conhecido desde o século XIX, há ainda poucos relatos de sua apli...