Imagem corporal, trauma e resiliência: reflexões sobre o papel do professor de Educação Física

Abstract

ResumoIncitar à reflexão sobre promoção da resiliência no contexto escolar por meio da intervenção intencional do professor de Educação Física é a principal proposta deste ensaio. Para alcançar este propósito, as autoras apoiaram-se em informações científicas já publicadas e em suas próprias observações, oriundas de suas práticas docentes. O presente ensaio inicia-se apresentando a perspectiva psicossomática do desenvolvimento da imagem corporal, uma informação preliminar necessária para a argumentação posterior, na qual conceituamos trauma e resiliência e apontamos argumentos que preconizam o exercício físico e as experiências corporais como fontes de compensação longitudinal para lacunas na identidade corporal. Nossa argumentação se finaliza diferenciando situações de perpetuação do trauma emocional e de desenvolvimento da identidade corporal, apontando o professor de Educação Física como um tutor de resiliência por excelência.Palavras-chave: Educação Física; resiliência; imagem corporal. Body image, trauma and resilience: a reflection on the role of the physical education teacher AbstractThe main aim of this essay is to stimulate the reflection on the promotion of resilience in school mediated by the intervention of the physical educator in school. We base our arguments on previous scientific evidences as well as on our own observations derived from our teaching experience. Initially we presented the psychosomatic perspective for body identity development. This is necessary preliminary information for further argumentation. We conceptualize trauma and resilience and argue that physical activities and experiences are sources for longitudinal compensation for gaps on body identity. Our argumentation ends with the differentiation between trauma perpetuation and body identity development. We suggest that physical education teachers are resilience tutor par excellence.Keywords: Physical education; resilience; body image. Imagen corporal, trauma y resiliencia: reflexiones sobre el papel del profesor de Educación Física ResumenIncitar a la reflexión sobre promoción de la resiliencia en el contexto escolar por intermedio de la intervención intencional del profesor de Educación Física es la principal propuesta de este ensayo. Para alcanzar este propósito, las autoras se apoyaron en informaciones científicas ya publicadas y en sus propias observaciones, oriundas de sus prácticas docentes. El presente ensayo se inicia presentando la perspectiva sicosomática del desarrollo de la imagen corporal, una información preliminar necesaria para la argumentación posterior, en la cual se conceptúa trauma y resiliencia y se apunta argumentos que preconizan el ejercicio físico y las experiencias corporales como fuentes de compensación longitudinal para lagunas en la identidad corporal. Nuestra argumentación se finaliza diferenciando situaciones de perpetuación del trauma emocional y de desarrollo de la identidad corporal, apuntando el profesor de Educación Física como un tutor de resiliencia por excelencia.Palabras-clave: Educación ...

Resilience, Sport and Social Projects

“…often do not come from public authorities, but from individual initiatives or organizations, in a bottom-up movement, mobilized around a common goal, believing that they can collaborate for a more just and egalitarian society, especially using the activity physics and sport as a tool (Tavares, 2003;Mattos & Silva, 2013;De Mattos et al, 2010;Neves et al, 2015;Cortês Neto, 2018;Martins & da Silva Ilha, 2020;dos Santos et al, 2022).…”

Projetos sociais esportivos e a resiliência: um estudo de revisão

“…Os PSE têm se consolidado na promoção de atividades físico esportivas, mas também como uma forma de melhorar a autoestima, sendo um grande facilitador na promoção de uma imagem corporal positiva, que permite ao sujeito encontrar lugares afetivos, vivências corporais, que oportunizam a reconstrução de sua identidade e, consequentemente, no seu desenvolvimento pessoal e profissional. Essas intervenções, muitas vezes, não vêm do poder público e sim de iniciativas individuais ou organizações, num movimento de baixo para cima, mobilizados em torno de um objetivo comum, acreditando que podem colaborar para uma sociedade mais justa e igualitária, especialmente usando a atividade física e o esporte como ferramenta (Tavares, 2003;Mattos & Silva, 2013;De Mattos et al, 2010;Neves et al, 2015;Cortês Neto, 2018;Martins & da Silva Ilha, 2020;dos Santos et al, 2022).…”

“…Assim, numa realidade de violência urbana, onde a falta de políticas públicas atuantes, acabam limitando a mobilidade corporal dos sujeitos, o que influencia para que as primícias de zelo consigo e com o outro fiquem em segundo plano, pois nessas condições precárias o sujeito desenvolve uma Research, Society and Development, v. 11, n. 9, e40211932113, 2022 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i9.32113 distorção de sua imagem corporal, sendo ainda mais difícil superar os traumas e aprofundando as desigualdades sociais (Santos & Silva, 2020). Em se tratando de sujeitos em vulnerabilidade social, que cotidianamente sofrem diversos traumas ligados as suas condições sociais e culturais, desconstruir e reconstruir sua imagem corporal, é a grande questão para que ele intervenha em sua realidade social, possibilitando ao sujeito um melhor desenvolvimento de sua imagem corporal, colaborando na ressignificação dos elementos de sua vida e os incorporando à sua identidade (Tavares, 2003;Neves, Hirata & Tavares, 2015). Cyrulnik (2004) afirma que todo trauma pode deixar um traço cerebral e afetivo encoberto na continuidade do desenvolvimento, que sempre estará presente, mesmo que oculto, não sendo reversível, porém podendo ser reparado, às vezes até para melhor.…”

“…Cyrulnik (2004) afirma que todo trauma pode deixar um traço cerebral e afetivo encoberto na continuidade do desenvolvimento, que sempre estará presente, mesmo que oculto, não sendo reversível, porém podendo ser reparado, às vezes até para melhor. Então, para que o sujeito consiga sair da imobilização causada por diversos traumas, e para que aconteça a superação dessas adversidades, havendo uma ressignificação de sua imagem corporal e continuidade de vida, se faz necessário um potencial de reação, processo conhecido como resiliência (Tavares, 2003;Neves et al, 2015).…”

Tokyo 2020: A Sociodemographic and Psychosocial Characterization of the Portuguese Paralympic Team

“…With the increasing development and importance of the concept of resilience, many recent investigations have emerged within the scope of regular and adapted sports [ 30 , 33 , 34 , 35 , 36 , 37 , 38 , 39 , 40 , 41 ]. Participation in sports by people with disabilities has implications for resilience, access to social support, opportunities, and meaningful social experiences for people who faced traumatic injuries [ 42 ].…”