2008
DOI: 10.1590/s0104-026x2008000200006
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Gênero ilimitado: a construção discursiva da identidade travesti através da manipulação do sistema de gênero gramatical

Abstract: Este estudo investiga a manipulação do sistema de gênero gramatical entre travestis profissionais do sexo do Sul do Brasil. Verificou-se que há uma preferência êmica do grupo por formas gramaticais femininas. Porém, as tensões ideológicas e corporais que circundam as travestis forçam-nas a utilizar o masculino em contextos específicos. As travestis empregam o masculino gramatical para 1) produzir narrativas sobre o período anterior às suas transformações corporais; 2) reportar discursos produzidos por outros a… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2
1
1

Citation Types

0
1
0
7

Year Published

2014
2014
2021
2021

Publication Types

Select...
6
2

Relationship

3
5

Authors

Journals

citations
Cited by 18 publications
(8 citation statements)
references
References 17 publications
(4 reference statements)
0
1
0
7
Order By: Relevance
“…For example, in languages with grammatical gender, queer speakers often manipulate morphological markers of gender for various stylistic and interactional eff ects. For example, queer speakers of Hausa (Gaudio 2014), Hebrew (Bersthling 2014; Levin 2010b), Hindi (Hall 2002), and Portuguese (Borba andOstermann 2007, 2008) all manipulate morphological markers of gender in various ways. As with argots (like oxtchit), manipulations of grammatical gender may be used to marginalize out-group individuals (see Hall 2002).…”
Section: Speech Play and Gender Playmentioning
confidence: 99%
“…For example, in languages with grammatical gender, queer speakers often manipulate morphological markers of gender for various stylistic and interactional eff ects. For example, queer speakers of Hausa (Gaudio 2014), Hebrew (Bersthling 2014; Levin 2010b), Hindi (Hall 2002), and Portuguese (Borba andOstermann 2007, 2008) all manipulate morphological markers of gender in various ways. As with argots (like oxtchit), manipulations of grammatical gender may be used to marginalize out-group individuals (see Hall 2002).…”
Section: Speech Play and Gender Playmentioning
confidence: 99%
“…Ambos marcam uma posição teórica e política ao inserirem tais obras no campo dos estudos de gêneros (Borba & Ostermann, 2008;Firmino, 2009;M. Garcia, 2009;Oliveira, 2006) e sexualidades, assim como em suas variadas vertentes interdisciplinares (Leitão, 2009).…”
Section: Nas Pistas Do Salto Alto: Buscas Encontros E Discussõesunclassified
“…O termo "identidade" (n=12) também é constantemente usado nos títulos das pesquisas, operando como ferramenta para diferentes discussões, como: construção discursiva das identidades (Borba, 2010;Borba & Ostermann, 2008), políticas identitárias (Chequer, 2010), produção da identidade no território (Patrício, 2002;P. Santos, 2008), identidade a partir do corpo (Borba, 2008;M.…”
Section: Nas Pistas Do Salto Alto: Buscas Encontros E Discussõesunclassified
“…Ao exigir que outras pessoas refiram-se a elas com o feminino, elas não só reforçam sua identificação com a feminilidade, mas revestem o gênero gramatical com camadas de sentido que o vinculam a respeito por sua identidade de gênero e/ou filiação política a sua causa. Contudo, a tendência em usar o masculino gramatical em contextos nos quais falam sobre suas relações familiares, por exemplo, retoma dinâmicas sociais que produzem a masculinidade como detentora de respeitabilidade (BORBA & OSTERMANN, 2008). O gênero gramatical, via indexicalidade, passa a ser vinculado não só à masculinidade ou à feminilidade, mas também a outros sentidos que não estão diretamente ligados a ele.…”
unclassified