a Termo utilizado por Merhy e Onocko (2) ao analisar o processo de trabalho em saúde como trabalho vivo, que se manifesta com o trabalho em ato, por meio de ações não determinadas institucionalmente (instituído) mas sim, que se efetiva a partir dos espaços de auto governabilidade do sujeito, seja ele trabalhador (produtor) ou usuário (consumidor).
IntroduçãoEste texto nasceu com a finalidade de organizar o pensamento e a ação, sobre o que entendemos ser o trabalho docente. O título tem muito a ver com nossas incursões na literatura pedagógica, principalmente contemporâneas, que discutem o trabalho docente como ofício.Ao longo de nossa caminhada pelo ensino de Enfermagem, refletindo o papel do Enfermeiro e a responsabilidade política e social dos docentes no processo de formação, julgamos importante contribuir para o debate nesta área, tendo em vista a estreita relação entre o trabalho em saúde e o trabalho em educação, pois ambos estão situados no setor produtivo, como serviços.E o que caracteriza o setor de serviços? [...] os serviços definem-se essencialmente por sua utilidade imediata: servem, em primeiro lugar, em uma relação de exterioridade com o usuário, para recuperar um bem, para preservar um conjunto de bens, para tornar melhor, no plano da eficácia ou da estética, alguma coisa que já se possui como um bem. Em segundo lugar, servem ao usufruto mais pessoal, em uma relação direta com a personalidade do usuário, no qual o sentido de utilidade está condicionado estreitamente por valores e comportamentos socialmente reconhecidos [...] (1:72) .Assim, educação e saúde possuem uma característica fundamental no qual o consumo dá-se imediatamente na produção da ação; não produzimos bem materiais, mas um bem simbólico que se evidencia no ato (2) . Neste processo, o fenômeno está sempre em transformação e é um processo contínuo. Teoricamente, o trabalho não se esgota no produto.Neste trabalho, nós docentes de Enfermagem, relacionamos os fatos e decidimos como vamos fazer; temos momentos instituíntes a , quer seja na educação ou na assistência. Nosso trabalho se dá num espaço de autonomia do trabalhador e independente da sua função, sempre existirá a possibilidade de criar, de ir além.Neste processo de trabalho, o consumo pelo usuário dá-se imediatamente na produção da ação; ele não está sendo ofertado como uma coisa externa. Deste modo, no processo pedagógico temos a construção de um espaço interseçor, compreendido como o espaço das relações; um espaço de encontro e negociação entre professor e aluno, em ato. O espaço pedagógico é, portanto, um espaço de interseção, o qual não é um somatório de um -aluno, com o outro -professor, mas um produto de quatro mãos, um "inter". Designa o que se produz nas relações entre sujeitos, espaços das suas interseções, que é um produto que existe para os "dois" em ato e não tem existência sem o momento da relação em processo e no qual os inter se colocam como instituintes na busca de novos processos e a presença do trabalho vivo em ato se traduz na criatividade em ação (2) . S...