Época de parto e produção de leite na eficiência bioeconômica de rebanhos de vacas de corte

Abstract

A intensificação da pecuária de corte ocorre quando se busca o aumento da eficiência produtiva da vaca com o ajuste da época de parição e vacas com maiores produções de leite. Objetivou-se avaliar o efeito da data de parição dentro da temporada de nascimentos e da produção de leite sobre a eficiência produtiva de vacas de corte Oitenta vacas Charolês, Nelore e suas cruzas entre 3 e 7 anos, foram agrupadas quanto a data de parto dentro (Precoce ou Tardia) e a produção de leite (Baixa – 312 e Alta - 448 litros até os 63 dias de lactação). Vacas e os seus bezerros foram pesados ao parto, aos 63 (desmame precoce), aos 210 e aos 365 dias de idade. As vacas foram mantidas em pastagem natural com lotação de 0,6 vacas com bezerro ao pé/ha em três piquetes, sendo que a cada 14 dias era realizado o rodízio dos animais entre os mesmos. A estimativa da produção de leite das vacas foi avaliada com ordenha manual aos 21, 42 e 63 dias pós-parto. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x2, duas épocas de parição e dois níveis de produção de leite. A época de parição e a produção de leite não influenciaram os pesos e as variações médias diárias de peso das vacas e seus bezerros nas diferentes fases avaliadas. Vacas precoces ao parto dentro da época de parição foram superiores no desempenho reprodutivo do que as tardias, não tendo a produção de leite influência sobre esta característica. Bezerros filhos de vacas de baixa produção necessitam de menor quantidade de leite para a produção de um quilograma de peso corporal. A produção de quilogramas de bezerros ajustados para a taxa de prenhez das vacas paridas precocemente é maior do que vacas paridas mais tardiamente. Vacas paridas no precocemente na época de parição são mais produtivas na produção de quilogramas de peso corporal.

Prenhez ao abate em fêmeas bovinas de descarte

“…Nos sistemas de produção, as vacas por ocasião do diagnóstico de gestação podem permanecer na propriedade ou serem encaminhadas ao abate, ações que dependerão do nível tecnológico empregado ao sistema. O fato de manter as vacas na propriedade tem como finalidade fornecer condições para aumentar as chances desse indivíduo emprenhar na estação de monta subsequente, no entanto, tal estratégia é vista como improdutiva, pois, é fundamental que a vaca deixe um bezerro anualmente na propriedade (Gonçalves et al, 2017;Vaz et al, 2020). Nesse sentido, fêmeas com o parecer negativo de prenhez, após o diagnóstico de gestação normalmente formarão lotes de descarte na propriedade, com isso, vacas que apresentam bom estado de condição corporal são enviadas ao abate, e no caso de estarem magras são submetidas a terminação, ainda em pastagens naturais ou pastagens de inverno.…”

“…Na última década o abate de fêmeas bovinas no Brasil variou entre 40 a 50% (ANUALPEC, 2018;IBGE, 2021), sendo este percentual alterado de acordo com os estados da federação e impulsionado em momentos de crise econômica do setor. Nesse sentido, a comercialização de fêmeas de descarte é uma das importantes fontes de receita dos sistemas produtivos de ciclo completo (Missio et al, 2013;Gonçalves et al, 2017;Vaz et al, 2020), devido à similaridade do peso de abate e de carcaça em relação aos novilhos (Pacheco et al, 2013). Outro reflexo desse abate, deriva em alguns momentos da melhoria das taxas reprodutivas dos rebanhos (Ferreira et al, 2013;Torres;Tineo;Raidan, 2015), bem como, a redução da idade ao primeiro acasalamento (Vaz et al, 2012b;Klein et al, 2021) e o aumento na taxa de reposição de fêmeas impulsionada pela maior pressão de seleção do sistema produtivo (Borba et al, 2011).…”