Abstract:Uma crítica social frutífera precisa questionar, também, se as ações ou condições sociais que inicialmente provocam apenas sentimentos difusos de mal-estar ou de vergonha, não deveriam, de preferência, suscitar revolta. Uma das mais frutíferas propostas teóricas para dar conta dessa tarefa é a Teoria do Reconhecimento de Axel Honneth, com a qual ele pretende substituir a ênfase habermasiana em nossas práticas comunicativas como fundamento da Teoria Crítica. Contudo, nessa abordagem inovadora, é exatamente a fo… Show more
“…Longe de ter um papel secundário ou de pouca expressão ou utilidade, o reconhecimento, compreendido como visibilidade da condição de pessoa do outro diferente, manifesta-se como uma necessidade que se impõe ante as impossibilidades geradas pelas relações humanas construídas no nosso espaço cultural (Costa, 2016). O ser humano tem uma dependência fundamental com relação ao reconhecimento, pois somente ele possibilita uma condição positiva de liberdade, sendo penoso afirmar-se ou seguir seu projeto de vida quando se é ignorado ou se recebe dos demais uma imagem negativa de si (Iser, 2013). Para Fraser (2008), o reconhecimento não é mera questão de autorrealização, e sim uma questão de justiça, pois é injusto que alguns indivíduos tenham seu status de participantes plenos da vida social negado e sejam constituídos como atores inferiores dentro da sociedade, devido a padrões de valor cultural institucionalizados de cuja construção eles não participaram em igualdade.…”
Section: O Graffiti Como Luta Pelo Reconhecimentounclassified
A prática do graffiti é objeto de variadas áreas do conhecimento que discutem seu valor artístico, seu potencial como meio de comunicação e expressão de grupos de indivíduos marginalizados e, principalmente, sua ilegalidade. Uma das construções teóricas mais adotadas ao se tratar do graffiti é a das subculturas delinquentes, porém faltam análises detalhadas acerca da adequação da classificação do graffiti como tal. Desse modo, confrontam-se as características classicamente definidas como pertencentes às subculturas delinquentes com informações sobre o graffiti vindas de áreas como Comunicação, Artes e Sociologia, a fim de identificar suas correspondências e afastamentos. Percebe-se que as correspondências entre o graffiti e a subcultura delinquente são menos numerosas que seus afastamentos, e ainda se referem a aspectos que não são eminentemente negativos, o que indica a necessidade de atenção especial quando se aborda o graffiti como uma prática subcultural delinquente.
“…Longe de ter um papel secundário ou de pouca expressão ou utilidade, o reconhecimento, compreendido como visibilidade da condição de pessoa do outro diferente, manifesta-se como uma necessidade que se impõe ante as impossibilidades geradas pelas relações humanas construídas no nosso espaço cultural (Costa, 2016). O ser humano tem uma dependência fundamental com relação ao reconhecimento, pois somente ele possibilita uma condição positiva de liberdade, sendo penoso afirmar-se ou seguir seu projeto de vida quando se é ignorado ou se recebe dos demais uma imagem negativa de si (Iser, 2013). Para Fraser (2008), o reconhecimento não é mera questão de autorrealização, e sim uma questão de justiça, pois é injusto que alguns indivíduos tenham seu status de participantes plenos da vida social negado e sejam constituídos como atores inferiores dentro da sociedade, devido a padrões de valor cultural institucionalizados de cuja construção eles não participaram em igualdade.…”
Section: O Graffiti Como Luta Pelo Reconhecimentounclassified
A prática do graffiti é objeto de variadas áreas do conhecimento que discutem seu valor artístico, seu potencial como meio de comunicação e expressão de grupos de indivíduos marginalizados e, principalmente, sua ilegalidade. Uma das construções teóricas mais adotadas ao se tratar do graffiti é a das subculturas delinquentes, porém faltam análises detalhadas acerca da adequação da classificação do graffiti como tal. Desse modo, confrontam-se as características classicamente definidas como pertencentes às subculturas delinquentes com informações sobre o graffiti vindas de áreas como Comunicação, Artes e Sociologia, a fim de identificar suas correspondências e afastamentos. Percebe-se que as correspondências entre o graffiti e a subcultura delinquente são menos numerosas que seus afastamentos, e ainda se referem a aspectos que não são eminentemente negativos, o que indica a necessidade de atenção especial quando se aborda o graffiti como uma prática subcultural delinquente.
“…Dessa forma, as lutas sociais podem ter como alicerce situações de desrespeito, de revolta, ou uma conjugação de ambas. Em palavras de Iser 14 , o descontentamento social pode surgir de aspectos psicológicos ou normativos, da vulnerabilidade psíquica ou dos deveres recíprocos.…”
Section: A Reforma Psiquiátrica Como Luta Pelo Reconhecimentounclassified
RESUMO A partir de um trabalho de aproximação e reelaboração conceitual entre a teoria do reconhecimento e o paradigma da desinstitucionalização, buscou-se destacar os traços que permitam retratar a Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPB) como luta pelo reconhecimento e progresso moral da sociedade. Com isso, além de contribuir com material empírico para as teses da teoria do reconhecimento e ampliar a normatividade do conceito de reconhecimento, pretende-se colaborar para o desenvolvimento teórico do processo de desinstitucionalização e para os esforços que visam reanimar as lutas do coletivo antimanicomial para transitar pelos impasses estruturais e conjunturais.
“…Therefore, moral categories linked to everyday experiences, such as when one feels offended or downgraded by other people, refer to forms of disrespect as "denial of recognition": "In this sense, our ordinary language contains empirical indications of an indissoluble connection between, on the one hand, the unassailability and integrity of 5. Thesis that was critically discussed by Mattias Iser (2013). For this author, Honneth attempts to link the idea of a morally justified social revolt to the notion of a successful individual self-realisation through reciprocal recognition.…”
Section: -Patterns Of Recognition and Experiences Of Disrespectmentioning
One of the strong theses defended by Axel Honneth's theory is to show that the motivation of the struggles for recognition arises from everyday experiences of denial of recognition, closely linking forms of moral disrespect with the production of social conflicts. I intend to present initially what I understand as the main contribution of Axel Honneth, namely, the attempt to link the place of subjects' daily negative experiences with the grammar of social conflicts. Next, I expose some critics against the supposed psychological motivation of the struggles. Finally, I would like to propose that the reconstruction of negative experiences of disrespect should be linked to the studies of social movements. The political deficit of the concept of disrespect would be avoided if we could see how individuals engaged in social movements articulate their previous experiences to the motivation of the struggle for recognition.
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