Graffiti e subcultura delinquente: similaridades e diferenças

Abstract

A prática do graffiti é objeto de variadas áreas do conhecimento que discutem seu valor artístico, seu potencial como meio de comunicação e expressão de grupos de indivíduos marginalizados e, principalmente, sua ilegalidade. Uma das construções teóricas mais adotadas ao se tratar do graffiti é a das subculturas delinquentes, porém faltam análises detalhadas acerca da adequação da classificação do graffiti como tal. Desse modo, confrontam-se as características classicamente definidas como pertencentes às subculturas delinquentes com informações sobre o graffiti vindas de áreas como Comunicação, Artes e Sociologia, a fim de identificar suas correspondências e afastamentos. Percebe-se que as correspondências entre o graffiti e a subcultura delinquente são menos numerosas que seus afastamentos, e ainda se referem a aspectos que não são eminentemente negativos, o que indica a necessidade de atenção especial quando se aborda o graffiti como uma prática subcultural delinquente.

“Quando grafito, existo”: o graffiti como dispositivo para a construção da identidade, resistência e inclusão dos jovens na periferia das cidades brasileiras

“…Nesse ato, empresta vozes para os muros, pacificando a linguagem e imprimindo seus anseios (Paula;Fravetto, 2020).…”

“…A expressão artística do graffiti na favela, ao contrário do que ocorre em outras regiões com características distintas, não é encarada ou interpretada como violação ou vandalismo (Paula;Fravetto, 2020). Pelo contrário, é considerada uma ação necessária para revitalizar superfícies negligenciadas, uma vez que a maioria das famílias que reside nessas áreas não dispõe de recursos 2 para adquirir latas de tinta e pincéis para dar vida à arte do graffiti em locais tidos como "abandonados".…”