“…As letras das músicas começaram a ser cantadas em português e a trazer como tema questões do cotidiano das favelas e bairros pobres. 4 É nessa mesma conjuntura, entretanto, que o funk e o funkeiro começaram a ser mais associados à violência, principalmente quando recaía sobre ele a culpa pelo arrastão ocorrido na praia do Arpoador, na capital fluminense, em 1992 (Arruda et al, 2010). Na mesma época, a ação conjunta de jovens e crianças que praticavam furtos a turistas no calçadão de Copacabana já tinha sido chamada de "arrastão" (Herschmann, 2005;Medeiros, 2006).…”
Section: Funk No Brasil: Um Breve Históricounclassified
Representações sociais e território nas letras de funk proibido de facção Social representations and territory in proibido de facção funk lyrics Representaciones sociales y territorio em letras de funk proibido de facção
“…As letras das músicas começaram a ser cantadas em português e a trazer como tema questões do cotidiano das favelas e bairros pobres. 4 É nessa mesma conjuntura, entretanto, que o funk e o funkeiro começaram a ser mais associados à violência, principalmente quando recaía sobre ele a culpa pelo arrastão ocorrido na praia do Arpoador, na capital fluminense, em 1992 (Arruda et al, 2010). Na mesma época, a ação conjunta de jovens e crianças que praticavam furtos a turistas no calçadão de Copacabana já tinha sido chamada de "arrastão" (Herschmann, 2005;Medeiros, 2006).…”
Section: Funk No Brasil: Um Breve Históricounclassified
Representações sociais e território nas letras de funk proibido de facção Social representations and territory in proibido de facção funk lyrics Representaciones sociales y territorio em letras de funk proibido de facção
“…Ocorrida em 1992, a movimentação em massa de jovens -em sua maioria negros e vindos dos subúrbios e favelas -, pelas praias da zona Sul da cidade do Rio de Janeiro causou repercussões negativas e ajudou a instaurar um clima de insegurança entre os habituais frequentadores da região (Herschmann 2000;Essinger 2005;Sá 2007). A ampla difusão das imagens e as narrações em torno delas pelos meios de comunicação colaboraram para essa situação e sustentaram a criação de um imaginário sonoro e imagético que deram visibilidade ao funkeiro enquanto uma figura nociva e perigosa (Arruda et al 2010;Silva 2016). …”
Este artigo tem como objetivo entender a trajetória de dois gêneros musicais, o funk brasileiro e o kuduro angolano. Apesar das diferentes configurações históri-
IntRoduçãoA valorização de uma estética cultural entendida como "periférica" tem sido revelada e intensificada ao longo dos últimos anos, ressignificando o termo geralmente atrelado a lugares repletos de carências, ausências e fortemente afetados por processos de precarização 2 .
1Uma versão inicial deste artigo foi apresentada na 30ª Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 03 e 06 de agosto de 2016, João Pessoa/PB. Contato da autora: faria.debc@gmail.com. 2 O termo periferia(s), assim como os espaços apontados como tais, são bastante polissêmicos e heterogê-neos. Neste artigo refiro-me às regiões da cidade que (estejam elas situadas em seu centro ou distante dele) são majoritariamente ocupadas pelas populações mais pobres da sociedade e, fortemente marcadas, nas mais diversas esferas, por processos excludentes e de precarização. Breves apontamentos sobre os possíveis significados e im-
“…It is the process of recognizing another person but, at the same time, the Self emerges (Jovchelovitch, 1998). This delimitation between the Self and another person enables greater control of identity because the one being excluded clarifies which behaviors individuals within a society should avoid, which performs an important role in the cohesion and identity of dominant groups (Arruda, Jamur, Melicio, & Barroso, 2010).…”
mentioning
confidence: 99%
“…Thus, the construction of crack in society seems to place poverty within a mask that may be rejected publicly. As stated by Arruda et al (2010), otherness projects much of what a society desires to eliminate from its interior, justifying intensive repressive measures.…”
The discourse disseminated in the media shows the user of crack as dependent or criminal. This study’s aim was to analyze the construction of otherness around the image of crack users. We interviewed 14 crack users in different places and the data were analyzed using Thematic Content Analysis. The participants’ reports suggest that the image of crack users is established based on alterity, in which the individual in this condition does not recognize him/herself. Thus, even though users contend that their actions are not determined by the standards provided by their interactional networks, hegemonic representations concerning their contexts of use attest that these activities concerning crack are just as they are perceived to be. Therefore, even though they have other experiences with the drug, these participants believe that the use of crack provides a destructive pleasure and impedes voluntary action.
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