Visitando textos de Antonin Artaud, Lima Barreto, Maura Lopes Cançado e Rodrigo de Souza Leão acerca da internação psiquiátrica, este artigo aborda as relações entre corpo, escrita e política em torno da lógica manicomial e suas dissidências. Com o objetivo de propor, com os loucos, possíveis táticas de resistência ao julgamento psiquiátrico, a metodologia de pesquisa utilizada é a cartografia psicossocial, acoplada a uma análise das relações de poder. Começamos investigando as transformações históricas na separação discursiva entre razão e loucura, e de que modo elas incidiram no campo literário. Passamos, em seguida, por como o hospício cria, com a disciplina e sua prática de escrita, relações hierarquizantes e homogeneizantes que têm como efeito a individualização do corpo. Ao final, elaboramos como a linguagem poética e a criação ficcional podem funcionar, aliadas ao papel coletivo e revolucionário da literatura, como potentes estratégias antimanicomiais de resistência num convite para repensarmos nossas produções escritas.
Resumo O presente trabalho visa problematizar o campo da segurança pública carioca no sentido de averiguar o quanto se constitui enquanto território de acolhida ou eliminação das diferentes formas de expressão psicossociais presentes na contemporaneidade. O intuito é o de averiguar como os desafios de se viver em comunidade produzem demandas relacionadas à alteridade, ora no sentido de segregação e exclusão, ora no sentido de integração e valorização da pluralidade social. Para tanto, a pesquisa se vale da ferramenta teórico-metodológica da cartografia psicossocial, discutida entre outros, por Deleuze, Guattari e Rolnik. Discute-se continuidades e transformações nos paradigmas de segurança, realizando breves articulações com a reforma policial norte-irlandesa. Por fim, a pesquisa procura problematizar as relações entre o aparato policial e a população, bem como defender a potencialização de práticas de segurança em que o encontro com o “outro” seja vivenciado não pela hierarquia que o coloca em termos de superioridade e inferioridade, mas a partir das possibilidades de mundo que a presença de outrem apresenta.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.