Concepções dos profissionais da atenção básica à saúde acerca da abordagem da violência doméstica contra a mulher no processo de trabalho: necessidades (in)visíveis

Abstract

Este texto procura analisar o conteúdo da conferência proferida pelo professor baiano Jairnilson Paim, no IX Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, realizado em Recife (PE), em 2009. Traz à baila discussões sobre a importância do pensamento utópico na definição de um novo paradigma no campo da pesquisa acadêmica, proposto por diversos autores, visando à práxis em favor da consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e do resgate de princípios e condutas que nortearam o processo da Reforma Sanitária Brasileira (RSB), como conquistas da sociedade organizada.

Profile of intimate partner violence in Family Health Units

“…However, many authors have demonstrated that care for women is often limited to technical aspects, while masking the phenomenon of violence itself. Ignorance of the diverse forms in which this phenomenon is presented and an understanding of the various conceptions -which are socially and historically constructed -tend to impose implications for the teams, implying risks of denial in the detection and management of these cases (21) . Understanding that management is possible through a pooling of knowledge can be an element of support to the new practices of coping with the phenomenon.…”

Distribuição espacial da violência doméstica contra a mulher

“…In order to present the difficult reality faced by many women, this work provided a dimension of registered cases of DVAW in the city of Joao Pessoa in 2017, noting also that the numbers shown are still far from portraying the true reality, since many other cases are under-reported due to the naturalization of this violence, the fear it generates and the precariousness of data systematization, as another study in the literature emphasizes 18 . Another point that deserves to be highlighted is the lack of support and necessary care that should be provided within public health and safety institutions, as identified in other research carried out, which discusses the quality of these services in Brazil [19][20][21][22][23] .…”

Condução da violência de gênero na estratégia de saúde da família: uma revisão integrativa

“…A conceituação da violência de gênero e a emancipação do modelo de saúde tradicional À priori, a categorização referente ao gênero contribui para a manutenção e o fortalecimento das desigualdades e para a delimitação assimétrica do posicionamento social preenchido por homens e mulheres na sociedade, com desvantagens para a mulher (Freitas, Oliveira & Silva, 2013). Nessa perspectiva, a violência de gênero origina-se nas estruturas sociais, econômicas, políticas, culturais e ambientais que sustentam as relações desiguais entre homens e mulheres (Barufaldi et al, 2017).…”

“…A violência de gênero é uma problemática mundial que atinge todas as classes sociais e, por isso, é enfrentada como um problema de saúde pública (Barufaldi et al, 2017). Isso é reflexo da opressão de gênero que se constitui socialmente por uma pseudoargumentação em que se tenta explicar equivocadamente o caráter biológico de um fato de natureza social, ou seja, as mulheres são reconhecidas como frágeis e dependentes da proteção de um gênero biologicamente mais forte (Freitas, Oliveira & Silva, 2013). A perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS) baseia-se na determinação social do processo saúde-doença na tentativa de promover práticas emancipatórias em detrimento das limitações do modelo de saúde pública tradicional com enfoque predominantemente biológico (Guedes, Silva & Fonseca, 2009).…”

“…O Sistema Único de Saúde emana princípios e diretrizes mantenedoras dos direitos humanos e da dignidade humana. Assim, defende-se a necessidade da Atenção Primária à Saúde lidar com a violência de gênero como um fenômeno social e não estritamente um problema de saúde pública, devido às concepções socias no trabalho influenciarem a efetivação de práticas profissionais na saúde pública (Freitas, Oliveira & Silva, 2013). A Atenção Primária à Saúde destaca-se por ações referentes à violência contra a mulher devido à ênfase na promoção e prevenção à saúde, ao aumento da cobertura, à proximidade construída pela ida aos domicílios (D 'Oliveira et al, 2009).…”