Alterações motoras após cirurgia refrativa no paciente estrábicoObjetivo: Estudar a evolução clínica de pacientes com estrabismo e que se submeteram à cirurgia refrativa. Métodos: Foram examinados 15 pacientes de outubro de 2000 a setembro de 2001 com história de estrabismo e cirurgia fotorrefrativa, incluindo avaliação sensório-motora. O tempo de seguimento foi no mínimo de 6 meses da correção a laser. Os pacientes que já haviam sido submetidos à correção a laser constituíram o primeiro grupo, e os que foram examinados antes da correção a laser, formaram o segundo grupo. Resultados: Todos os pacientes do primeiro grupo necessitaram de cirurgia corretora de estrabismo para aliviar os sintomas de visão dupla ou corrigirem o aumento do desvio ocular. A cirurgia fotorrefrativa foi realizada nesses casos em pacientes com estrabismo pré-existente e sem avaliação prévia de suas condições sensoriais.A maioria dos pacientes do segundo grupo apresentou piora da visão binocular após o procedimento a laser. Metade dos pacientes desse grupo precisou usar óculos para detalhes de perto para aliviar sintomas de astenopia. Aqueles que possuíam esotropia acomodativa foram os que apresentaram menos ou nenhuma queixa após o procedimento, e a evolução foi estável ao longo dos meses de pós-operatório. Conclusões: Os cirurgiões refrativos devem selecionar seus pacientes, evitando subestimar alterações que possam comprometer a capacidade de fusão após o laser. Recomendamos a avaliação sensório-motora detalhada, antes do laser, para todos os candidatos à cirurgia refrativa. (1) . A população ouve falar em uma sociedade livre de óculos e de poder mudar totalmente sua vida, contagiando os próprios oftalmologistas.Apesar de vários estudos mostrarem que a cirurgia refrativa é geralmente segura (2)(3) , complicações podem ocorrer, como a presença de halos, "glare", hipo ou hipercorreções e infecções de córnea (4) .Alguns casos de estrabismo, com ou sem diplopia, têm sido relatados (5)(6)(7)(8)(9) . Os motivos podem ser diversos, como perda da supressão, descompensação de estrabismo pré-existente e monovisão planejada em pacientes com fusão instável (10) . Apesar de raros, esses estrabismos interferem no resultado final e sua incidência tende a aumentar proporcionalmente ao número de casos operados. A partir da constatação dessas complicações em nosso meio, após