Botânica Geral De Angiospermas No Ensino Médio: Uma Análise Comparativa Entre Livros Didáticos

Abstract

Muito do conteúdo dos livros didáticos no Brasil tem relação com o período histórico vivido. Com o avanço no campo das pesquisas científicas, os livros-texto tornaram-se peças-chave na transferência/adaptação deste conhecimento para os níveis básicos da Educação, influenciando positiva ou negativamente na abordagem e apresentação dos conteúdos. O objetivo deste trabalho foi analisar comparativamente como o conteúdo de Botânica Geral de Angiospermas é abordado em três livros didáticos de Biologia do Ensino Médio (1974, 1999 e 2011). O livro de 1974 traz longos textos que contemplam uma abordagem bem elaborada, ainda assim, há uma tendência à simplificação do conteúdo. O livro de 1999 apresenta os conteúdos na forma de conceitos diretos e pontuais divididos em capítulos distintos. Nesta obra, a forma reduzida do conteúdo compromete a discussão, abrindo mão de temas que enriqueceriam o estudo. A obra de 2011 separa o conteúdo em capítulos diferentes e mantém a redução do mesmo, porém, sem perder a qualidade e clareza nas suas informações. Ao longo dos anos, a partir da melhor compreensão dos objetivos dos livros didáticos e da pesquisa científica envolvendo estes documentos, percebe-se que o livro mais atual é mais atrativo e menos denso, contribuindo para desconstruir a ideia de uma Botânica entediante e decorativa.

Indicadores Do Ensino De Botânica Nos Cursos De Ciências Biológicas Das Universidades Públicas Baianas: Implicações Para a Formação Inicial Docente

“…Não é especialidade dos docentes das disciplinas específicas atuarem no processo de transposição de didática de conteúdos, mas sim proporcionar meios para que os seus aspectos essenciais sejam ensinados na graduação, em relação ao conteúdo e ao seu método de abordagem. É preciso ter em devida conta esta preocupação porque o livro didático usado pelos professores na Educação Básica é réplica simplificada da teoria científica ensinada na universidade, que também, em seus livros acadêmicos, já se serve de uma simplificação do conhecimento produzido pela ciência (salvo atualização com artigos e outros recursos, mas que são mais voltados para uso nas especializações), pois pouca atenção é dada aos meios e processos pelos quais os conhecimentos foram produzidos historicamente, sendo que esta condição é praticamente ausente ou minimizada nos livros usados pelos(as) licenciados(as) ou professores(as) nas escolas e universidades (Azevedo, Setúval & Marinho, 2015;Leopoldo, 2018).…”

Valorização dos conhecimentos sobre plantas medicinais: uma abordagem para o ensino de ciências

“…Apesar da importância em mostrar a nomenclatura científica, esse momento foi bastante enfadonho para os estudantes, que dispersaram e sentiram-se envergonhados quanto a dificuldade em pronunciar os nomes. Marinho et al (2015) concordaram com essa dificuldade em pronunciar o latim e entendê-lo como representativo das características da morfologia da planta, ou uma homenagem a um botânico ou outra figura de respeito; ou ainda à uma determinada região onde a espécie é encontrada etc. O pouco contato com o latim gerou desconforto em sucessivas gerações que passaram a denomina-lo como "estranho" (Ferreira et al, 2016).…”

Erros conceituais de sistemática vegetal em livros didáticos de biologia do PNLD

“…Embora existam, na literatura, trabalhos publicados que tenham se proposto a analisar o conteúdo de Botânica em livros didáticos (SILVA et al, 2009;SARTIN et al, 2012;PATATT;ARAÚJO, 2013;CHECOM, AOYAMA, 2014;MARINHO;SETÚVAL;AZEVEDO, 2015;GÜLLICH, 2017;SOUZA;GARCIA, 2019), nenhum deles se aprofundou em questões específicas do conteúdo de Sistemática Vegetal. Essa área da Botânica estuda a diversidade, a evolução e a classificação das plantas (Embryophyta ou Plantae sensu strictissimo) e boa parte dos caracteres utilizados para classificá-las está relacionada a aspectos reprodutivos.…”