Com este número concluímos o volume 9 de Psicologia em Estudo e, como sói acontecer no último número, apresentamos nominalmente a relação dos consultores ad hoc 1 que conosco estiveram no período de janeiro a meados de novembro de 2004. Foram 190 profissionais de diferentes universidades brasileiras, dos mais diferentes lugares, próximos ou distantes desta terra roxa do Paraná. Não constam desta relação, por razões óbvias, os nomes dos que declinaram do nosso convite ou, embora o tenham aceitado, não nos privilegiaram com seu parecer. Felizmente é pequena a incidência destes casos. Se assim não fosse, certamente seriam maiores as dificuldades para o controle de qualidade das publicações científicas. Ao editor de um periódico científico é humanamente impossível conseguir avaliar a originalidade, o rigor metodológico, a profundidade da análise, o aspecto ético e tantas outras importantes dimensões de todos os artigos que lhe chegam às mãos, ainda que o periódico sob sua responsabilidade tenha um eixo temático. Imagine então o leitor quando o periódico adota a pluralidade teórica e acolhe artigos da sua área de conhecimento e de outras afins, como é o nosso caso! Entretanto, adotando ou não um eixo temático, o sistema de avaliação pelos pares é um importante recurso do editor cientifico. E é exatamente pela relevância desta assessoria que neste editorial destacaremos algumas questões que, seguramente, já são conhecidas por todos quantos transitam no campo da editoração científica, mas nem sempre são colocadas em evidência 2. São os consultores ad hoc que aceitam como atribuição avaliar estudos (projetos, artigos etc.) desprovidos de qualquer conotação pessoal, considerando que, via de regra, este sistema se caracteriza pelo anonimato de ambas as partes (autor e consultor), chamado nos meios editoriais de sistema blindreview. É necessário sublinhar que no interior da Academia este trabalho tem como única moeda de troca alguns pontos acrescidos ao curriculum. É importante lembrar também que este sistema não é novo nem por nós, editores brasileiros, foi criado. De acordo com Pessanha (1998), o embrião do processo de avaliação da ciência já é constatado "com o surgimento das primeiras revistas científicas-o Journal des Sçavants, na França, e o Philosophical Transactions, da Royal Society, na Inglaterra, em janeiro e março de 1665 respectivamente-, substituindo as cartas que, até então, os cientistas trocavam entre si para comunicar os resultados de suas pesquisas" (on line). Assim, a considerar o tempo transcorrido, é possível afirmar que a figura do consultor já tem seu lugar consolidado nos limites da ciência. E mais: se partirmos do princípio de que resultados de pesquisas e estudos realizados são, no caso brasileiro, mais bem pontuados quando publicados em periódicos reconhecidos pelas agências de fomento (CAPES, CNPq, por exemplo), é possível aquilatar o valor do sistema de avaliação pelos pares, sobretudo quando se trata de periódicos com este credencial. É possível avaliar também o prejuízo que, em doses homeopát...