O presente artigo aborda a temática das políticas brasileiras referentes às drogas, com o objetivo de resgatar o histórico da estratégia de redução de danos (RD) no Brasil. A partir de pesquisa bibliográfica em sítios de domínio público e em bases de dados disponíveis na internet, rastreamos o surgimento da estratégia de redução de danos no País, cujo marco foi a epidemia da AIDS da década de 80 e as políticas que a antecederam. Os dados coletados suscitam reflexões sobre os desafios contemporâneos enfrentados pelo emprego da estratégia de RD no campo do uso e do abuso de drogas lícitas e ilícitas, como álcool e crack, o preconceito vigente em relação ao usuário de drogas e a exigência de intervenções intersetoriais no enfrentamento do fenômeno do consumo de drogas. Além disso, mantém-se até os dias atuais o descompasso histórico entre as políticas sobre drogas oriundas do campo da segurança e aquelas provindas da saúde pública, com predominância daquelas de cunho proibicionista. Enquanto isso, a produção de drogas lícitas e ilícitas se diversifica, gerando a necessidade de tornar variadas as ações de redução de danos.
Resumo Problemas decorrentes do uso/abuso de álcool e outras drogas agravam-se continuamente. Existem, atualmente, medidas polêmicas que visam a soluções imediatas, como o financiamento público das comunidades terapêuticas. Analisam-se, aqui, possíveis aproximações do legado higienista do início do século XX em questões que envolvem o uso/abuso de substâncias psicoativas com as propostas de intervenção das comunidades terapêuticas atuais. Realizou-se pesquisa com fontes primárias, inspirada na vertente do materialismo histórico. Entende-se que os problemas decorrentes do uso/abuso de drogas continuam deixando o ônus maior aos usuários, às pessoas ao redor e à saúde pública.
Tecer reflexões sobre a indisciplina escolar é o propósito deste texto. Partimos do princípio de que as regras de convívio social são uma prerrogativa humana e, nesse sentido, são produções coletivas cujas formas são configuradas pelo seu tempo histórico. Portanto, ainda que a indisciplina escolar seja uma expressão particular, via de regra, traduz o que ocorre no âmbito coletivo. Nessa perspectiva, entendemos que a disciplina é um exercício diário configurado pelas exigências do momento histórico e do ambiente em que ocorre. Na escola ela é, sem dúvida, o resultado do trabalho cotidiano em sala de aula. Também seu oposto, a indisciplina, é resultado de uma construção coletiva e nessa perspectiva é que deve ser analisada.
Este artigo é resultado de um estudo exploratório desenvolvido entre o segundo semestre de 2008 e em 2009, cujo objetivo consistiu em analisar a demanda escolar encaminhada, acolhida e atendida pelo Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil - CAPSi - de um Município do Estado do Paraná. Como recurso metodológico, adotamos a pesquisa de campo, que foi realizada em três fases subsequentes. A primeira consistiu em um levantamento estatístico acerca de todos os prontuários dos pacientes acolhidos pelo CAPSi estudado entre os meses de julho e dezembro de 2008. Na segunda, a partir dos prontuários examinados na primeira fase, realizamos o estudo de seis casos de crianças que envolviam queixas escolares, e a terceira correspondeu às entrevistas realizadas com cinco funcionários do dispositivo. Os resultados apontaram o atendimento de um número expressivo de casos referentes a queixas escolares que, em geral, eram tratados via medicação. Tal panorama encontra respaldo na dinâmica de trabalho do dispositivo, que revelou dificuldades em desenvolver um trabalho intersetorial. As decisões pertinentes ao serviço desse CAPSi são, em geral, capitaneadas pelo médico e destituídas de questionamentos por parte dos demais integrantes da equipe, evidenciando quão naturalizada e quão distante essa prática está dos princípios preconizados pela Política Nacional de Saúde Mental.
as características mais pessoais e particulares da vida intima do individuo permanecem obscuras, somente se tornando sinais significativos quando são remetidas à origem no corpo medicamente significante da família. Logo a família é o segredo do individuo (Pôster, 1979, p. 22).
ResumoEste estudo é o resultado de uma reflexão sobre o significado histórico da alta demanda infantil aos serviços de saúde mental na rede pública de saúde. Através da literatura produzida sobre o tema infância, buscamos recuperar aspectos concernentes à sua constituição enquanto produção social. Pontuamos a existência de uma crise para a infância -enquanto categoria histórica -na pós-modernidade e destacamos algumas rupturas presentes no "pensar" sobre a infância. Ao nos referirmos a todas as crianças como "crianças em si" 2 , negamos que a grande maioria delas são tratadas como "crianças tão somente" 3 ou seja, apenas pelo dado da maturação biológica. Identificamos que tal crise, para as "crianças tão somente" -pertencentes às classes populares -não é exclusiva da era pós-moderna. AbstractJuvenile claim on mental health care: sign of crisis. This study is a result of the reflection on the historical meaning of the high juvenile claim on mental health care in public health care units. Through literature about childhood subject, we attempted to recover aspects concerning to its formation since social production. We point out the existence of a childhood crisis -while historical category -in post modern times and we emphasise the presence of some breaks in that childhood reflection. When referring to all children as "children as a whole" 4 , we deny that most of them are treated as "children by themselves", for instance, just by their biological maturation. We identified that such crisis in "children by themselves" 5 -from working classes -does not belong exclusively to the post-modern times. Palavras-chave:Infância, Saúde mental infantil, Saúde pública.
O efetivo manejo dos transtornos mentais, nos serviços de saúde em geral, sobretudo na Atenção Básica de Saúde, é sem dúvida uma das exigências para viabilizar a desinstitucionalização do paciente psiquiátrico, com ou sem um longo histórico de várias internações. Nesse sentido, a preparação do profissional de saúde é uma prioridade na implementação da rede pública de saúde que, de fato, se proponha a atender a pessoa com transtorno mental em sintonia com os princípios da reforma psiquiátrica. Com essa orientação, estamos desenvolvendo, desde outubro de 2005, no Município de Itambé, PR, o projeto de extensão intitulado Formação do Psicólogo para Atuar em um Serviço Substitutivo (aos hospícios) de Atenção à Saúde Mental, que ora relatamos. Esse projeto se constitui em atividades desenvolvidas junto ao portador de transtorno mental e a seus familiares, aos profissionais da saúde e à comunidade em geral. Todas as atividades contam com a participação de acadêmicos devidamente inscritos no projeto. Os resultados até aqui alcançados nos permitem afirmar a pertinência de projetos dessa natureza como contribuição para a formação do psicólogo, e, na seqüência, para as mudanças necessárias à consolidação da reforma psiquiátrica.
Youth violence and interventions to affront it are the focus of our scientific research. The aim of this study is evaluate the existence of the aspects contained in the justifications of hygienism judgments of teenagers who meet admission youth work. In this sense, we 21 sentences that determined the internment and its supporting materials which makes up the judicial process of teenagers that have entered the year 2010 in the Center of Socio-education II in Cascavel Paraná State. The results led us to conclude that nowadays, notwithstanding the Children and Adolescent, we are still, by judicial determination, removing the Teen Delinquency situation and closed the judicial term returning it to the same context from which it was withdrawn. Enshrined due differences in shape and time note this routing aspects of the ideology of mental hygiene and the minor doctrine.
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