2002
DOI: 10.1590/s0101-546x2002000300002
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

As "escravas perpétuas" & o "ensino prático": raça, gênero e educação no Moçambique colonial, 1910-1930

Abstract: ResumoEm Lou ren ço Mar ques, Mo çam bi que, emer giu com a do mi na ção co lo ni al uma ca ma da so ci al de ne gros e mu la tos que, pou co a pou co, pas sou a se ar ti cu lar como gru po e a fa zer re i vin di ca ções. A par tir do momen to em que ti ve ram um jor nal para lhes ser vir de por ta-voz, pas sa ram a de fen der a ins ta la ção de es co las e a ex ten são do en si no em toda a Co lô -nia, pois par ti lha vam da cren ça ilu mi nis ta de que a fe li ci da de do povo de cor ria da di fu são da edu … Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1
1

Citation Types

0
1
0
2

Year Published

2011
2011
2021
2021

Publication Types

Select...
3
2

Relationship

0
5

Authors

Journals

citations
Cited by 5 publications
(5 citation statements)
references
References 2 publications
0
1
0
2
Order By: Relevance
“…O colonizado, porque realmente precisava dos direitos de que o colonizador usufruía, caiu no dilema de, ao mesmo tendo que odiava o colonizador e as suas práticas, ambicionar o seu padrão de vida (FANON, 1968): ora é ele, ora não é ele, ficando inautêntico, duplo (FREIRE, 2014). Por isso, alguns moçambicanos assimilados, membros da pequena burguesia e/ou da classe média, escolarizados, assalariados geralmente do sector privado, residentes nas regiões periurbanas ou nos bairros urbanos pobres, e muitos deles mestiços que existencialmente transitam entre o mundo dos brancos (dos pais) e dos negros (de suas mães), consideravam-se portugueses e por isso lutavam, não pela transformação radical da situação colonial (independência), mas pelo acesso a cidadania portuguesa, pela integração na sociedade colonial (ZAMPARONI, 2002).…”
Section: Colonialismo E Racismo Em Moçambiqueunclassified
“…O colonizado, porque realmente precisava dos direitos de que o colonizador usufruía, caiu no dilema de, ao mesmo tendo que odiava o colonizador e as suas práticas, ambicionar o seu padrão de vida (FANON, 1968): ora é ele, ora não é ele, ficando inautêntico, duplo (FREIRE, 2014). Por isso, alguns moçambicanos assimilados, membros da pequena burguesia e/ou da classe média, escolarizados, assalariados geralmente do sector privado, residentes nas regiões periurbanas ou nos bairros urbanos pobres, e muitos deles mestiços que existencialmente transitam entre o mundo dos brancos (dos pais) e dos negros (de suas mães), consideravam-se portugueses e por isso lutavam, não pela transformação radical da situação colonial (independência), mas pelo acesso a cidadania portuguesa, pela integração na sociedade colonial (ZAMPARONI, 2002).…”
Section: Colonialismo E Racismo Em Moçambiqueunclassified
“…Shortly after the club's founding, a football field was erected with money gathered through fundraising in the Kokolwewne-Minkadjuı´ne area, in Zixaxa Road, which connected the poor district of Alto Mae´to the Xipamanine market. 20 As in the case of Mahafil, African clubs founded in the suburbs of Lourenc¸o Marques functioned primarily as spaces where interest groups were reproduced, as well as axes for knowledge and solidarity networks.…”
Section: The Suburban Narrativementioning
confidence: 99%
“…Analisando o croqui da Missão do Chai-Chai, apresentado pelo Padre Daniel da Cruz em 1910, Zamparoni (2000) observa a estratégia de instituir a lógica colonial cristã frente ao universo "pagão circundante", uma vez que: O grau de civilização passava a ser medido por esta capacidade que tinha o indivíduo para construir ou ao menos morar em casas quadradas ou retangulares, construídas em ruas retas. As palhotas deveriam ser abandonadas; representavam o atraso, pareciam estar distribuídas de forma caótica pelo território, eram mal iluminadas, a circulação de ar em seu interior era escassa e os materiais construtivos empregados eram frágeis e de fácil deterioração.…”
Section: A Exposição Das Construções Certamente Se Inspirou Na Exposi...unclassified
“…E, finalmente, o terceiro elemento comparativo, que põe em prática os dois primeiros elementos, é a arquitetura retilínea, geométrica e redutora que se pretendeu racional. As plantas de um aldeamento colonial (imagem 6), de uma aldeia comunal (imagem 12) e do reassentamento (imagem 18), em comparação com os desenhos da organização espacial anterior ao deslocamento (imagem 8 e imagem 16), evidenciam a completa transformação do espaço social a que milhares de moçambicanos foram submetidos.O processo de desterritorialização, pensado desde o debate da Consulta n° 37,Organização social e econômica das populações indígenas(1941), em diálogo com os projetos arquitetônicos propostos na Exposição de Construções nas ColôniasPortuguesas (1944) e no I Congresso Nacional de Arquitetura emLisboa (1948), fomentou uma rede de administradores, arquitetos e pesquisadores, sobretudo através do Gabinete de Urbanização Colonial, a empreender o reordenamento espacial nas colônias.Como lembrouZamparoni (2000), o grau de civilização passava a ser medido pela capacidade que tinha o indivíduo para construir ou, ao menos, morar em casas quadradas ou retangulares. Contudo, foi o temor nacionalista que deslocou forçadamente milhares de pessoas para os aldeamentos coloniais, onde, mais do que acesso a supostas benfeitorias, os aldeados eram controlados para não apoiarem os chamados subversivos.No pós-independência, negando a diversidade de Moçambique, a socialização rural foi a aposta política da nova nação e as aldeias comunais, o locus da mudança e da transformação no Homem Novo moçambicano.…”
unclassified