Abstract:<p>O artigo analisa o processo de transformação social do crime nas periferias da cidade de Fortaleza, estado do Ceará, Brasil, mediante a constituição de coletivos criminais conhecidos como “facções”. Evidencia como as gangues e quadrilhas de traficantes ofereceram as condições objetivas para o processo de adesão a esses coletivos que, entre outras coisas, afetaram as maneiras de fazer o crime na cidade. A pesquisa se desenvolveu em uma dinâmica de investigação qualitativa e multissituada, articulando m… Show more
“…As facções instituíram-se como um centro de produção de crime, circulação de armas e redes de ações criminosas complexas com atuação em todo o estado (Veloso, Magalhães, DellAglio, Cabral, & Gomes, 2013). Nesse contexto, destaca-se o crescimento do envolvimento de adolescentes em gangues e facções ocorrido nos últimos anos no Ceará, principalmente a partir de 2016, quando teria sido fundado um coletivo criminal local que se destaca pela juventude de seus integrantes (Paiva, 2019).…”
Section: Resultsunclassified
“…Merece destaque o GDE, facção tipicamente cearense que possui como característica integrantes majoritariamente adolescentes que assumem posições de prestígio e reconhecimento quando praticam ações violentas (BBC News, 2019). O GDE garante aos seus membros participação nas decisões coletivas e não executa cobranças de mensalidade (Paiva, 2019). Desse modo, foram observados inúmeros fatores de risco para o envolvimento de jovens com gangues, como eventos negativos na vida, supervisão parental precária dentre outros (O'Brien, Daffern, Chu, & Thomas, 2019).…”
Introdução: A adolescência e os seus riscos dependem de vários aspectos, entre eles os contextos em que o jovem está inserido. Objetiva-se identificar contextos sociais e familiares de estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental em Fortaleza nos anos de 2012 e 2015 que autorrelataram sofrer agressão física efetuada por um adulto da família. Método: Estudo seccional, base populacional, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2012 e 2015. Amostra composta por estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental (PeNSE 2012- n=54 escolas e PeNSE 2015- n=50 escolas) da cidade de Fortaleza/CE. Realizou-se o download do banco em formato Excel® 2010, seguido de padronização e análise da consistência interna. Utilizou-se o software SPSS®, versão 20®, por meio do módulo survey analisys. Resultados: Os jovens moram com a mãe e não realizam alguma refeição com seus responsáveis. Os escolares afirmaram que seus responsáveis não fumavam e a escolaridade materna apresentou uma evolução para Ensino Superior ou pós-graduação. Eles estão se envolvendo mais em briga com uso de arma de fogo e uso de arma branca. Observa-se ampliação da prevalência dos que relatam ter sofrido alguma agressão física na quantidade de vezes, nos últimos 12 meses, em que se envolveram em briga com agressão física, foram seriamente feridos e tiveram maior quantidade de episódios de agressão. Conclusão:Recomenda-se mais estudos voltados para a temática, logo servem de embasamento para a criação de políticas públicas.
“…As facções instituíram-se como um centro de produção de crime, circulação de armas e redes de ações criminosas complexas com atuação em todo o estado (Veloso, Magalhães, DellAglio, Cabral, & Gomes, 2013). Nesse contexto, destaca-se o crescimento do envolvimento de adolescentes em gangues e facções ocorrido nos últimos anos no Ceará, principalmente a partir de 2016, quando teria sido fundado um coletivo criminal local que se destaca pela juventude de seus integrantes (Paiva, 2019).…”
Section: Resultsunclassified
“…Merece destaque o GDE, facção tipicamente cearense que possui como característica integrantes majoritariamente adolescentes que assumem posições de prestígio e reconhecimento quando praticam ações violentas (BBC News, 2019). O GDE garante aos seus membros participação nas decisões coletivas e não executa cobranças de mensalidade (Paiva, 2019). Desse modo, foram observados inúmeros fatores de risco para o envolvimento de jovens com gangues, como eventos negativos na vida, supervisão parental precária dentre outros (O'Brien, Daffern, Chu, & Thomas, 2019).…”
Introdução: A adolescência e os seus riscos dependem de vários aspectos, entre eles os contextos em que o jovem está inserido. Objetiva-se identificar contextos sociais e familiares de estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental em Fortaleza nos anos de 2012 e 2015 que autorrelataram sofrer agressão física efetuada por um adulto da família. Método: Estudo seccional, base populacional, utilizando dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 2012 e 2015. Amostra composta por estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental (PeNSE 2012- n=54 escolas e PeNSE 2015- n=50 escolas) da cidade de Fortaleza/CE. Realizou-se o download do banco em formato Excel® 2010, seguido de padronização e análise da consistência interna. Utilizou-se o software SPSS®, versão 20®, por meio do módulo survey analisys. Resultados: Os jovens moram com a mãe e não realizam alguma refeição com seus responsáveis. Os escolares afirmaram que seus responsáveis não fumavam e a escolaridade materna apresentou uma evolução para Ensino Superior ou pós-graduação. Eles estão se envolvendo mais em briga com uso de arma de fogo e uso de arma branca. Observa-se ampliação da prevalência dos que relatam ter sofrido alguma agressão física na quantidade de vezes, nos últimos 12 meses, em que se envolveram em briga com agressão física, foram seriamente feridos e tiveram maior quantidade de episódios de agressão. Conclusão:Recomenda-se mais estudos voltados para a temática, logo servem de embasamento para a criação de políticas públicas.
“…Para Misha, (2016) facção representa o crime organizado. Paiva (2019) explica facção como sendo um coletivo social focado para o crime, citada, também, como "o crime organizado", "o comando", "o bonde", "o trem", "a tropa", "a família", "os irmãos". Maungencau (2013) comenta que a reflexão contemporânea sobre a linguagem afastou-se da concepção de que cada enunciado é portador de um sentido estável.…”
A expressão facção criminosa é utilizada pela mídia, pelas agências de segurança pública, pelos criminosos, pela academia e pelos operadores do Direito. Partindo da análise de discurso de Decisões do Supremo Tribunal Federal – STF, este estudo interpretou os usos do termo facção criminosa no âmbito daquela Corte. Como resultados observou-se que a expressão é aplicada com o sentido de coletivo social dedicado ao crime, como substituto de organização criminosa e empregada, quase sempre, em transcrição de peças provenientes de entrâncias anteriores, para respaldar as partes de Decisões pautadas na ideologia da defesa social.
“…74da participação de adolescentes e jovens na nova dinâmica de fazer o crime em Fortaleza(PAIVA, 2019).Entre os demais municípios do interior e Região Metropolitana, o que mais se destaca numericamente é a cidade de Sobral. 40% das socioeducandas que não são de Fortaleza, nasceram e/ou cresceram no município localizado a cerca de 230km da capital e o segundo mais desenvolvido do Ceará de acordo com o IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal).…”
Resumo: Este estudo objetiva analisar a influência da intersecção entre os marcadores de gênero, sexualidade, raça, território e classe na trajetória das socioeducandas de um centro de privação de liberdade no Ceará. Por meio de abordagem multimétodo, foram realizadas incursões etnográficas, aplicação de 61 questionários e entrevistas semiestruturadas com 8 interlocutoras. Como resultados, observa-se que as socioeducandas possuem características em comum, sendo em sua maioria negras; oriundas de regiões de periferia; com dificuldade de acesso a políticas públicas que garantam direitos fundamentais; com maior exposição a violência do Estado e das facções criminosas. Sugere-se que marcadores que histórico e socialmente são utilizados para práticas discriminatórias contribuem na construção de um perfil alvo de encarceramento e na criminalização de condutas de meninas negras residentes em territórios periferizados.
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