“…Em função dessa constante referência à experiência vivida e de seu desdobramento no tempo, as narrativas têm sido foco da atenção de autores de diversas orientações teóricometodológicas (Calvasina, Nations, Jorge, & Sampaio, 2007;Campos & Cury, 2009;Dutra, 2002;Melleiro & Gualda, 2004;Rocha-Coutinho, 2005), além de se oferecerem como objeto de estudo e/ou procedimento metodológico a pesquisadores oriundos de distintas áreas do conhecimento como a Linguística, a Literatura, a Antropologia, a Filosofia e, naturalmente, a Psicanálise. Ricoeur (1999b) é um dos teóricos mais profícuos em termos de articulação entre narrativa, tempo e identidade, tendo inspirado pesquisas qualitativas (Ameigeiras, 2009;Campos & Furtado, 2008;Dreyer & Pedersen, 2008;Miller, 2000;Ribeiro & Lyra, 2008;Silva & Trentini, 2002) que fazem uso de narrativas como documento e testemunho (Ricoeur, 1999a), sublinhando o potencial elaborativo do narrar em termos de sua atribuição de sentido para a vida (Ricoeur, 1999b).…”