Este artigo apresenta os resultados de um estudo exploratório inicial desenvolvido com o objetivo de melhor entender como as mulheres estão encarando a maternidade, bem como a opção de adiá-la e/ou não ter filhos. Para tanto, foram entrevistadas quatro mulheres de classe média na faixa de 37 a 50 anos com uma carreira profissional, duas que optaram por não ter filhos e duas que optaram pelo adiamento da maternidade para depois dos 35 anos. Nossos resultados apontam para o fato de que, apesar de novas possibilidades terem se aberto para as mulheres, antigas visões, como a de que a realização de uma mulher passa obrigatoriamente pela maternidade, ainda prevalecem no discurso social.
Neste trabalho desenvolvemos a idéia de que os Estudos de Gênero inserem-se na nova tradição em ciência, que alguns autores denominam pós-empírica, que questiona a objetividade do conhecimento e a impessoalidade do pesquisador e que toma como importante a dimensão interpretativa da realidade social. Dentro dessa tradição, acreditamos que o uso da narrativa oral e da análise de discurso pode ser um rico e poderoso instrumento para uma melhor compreensão de mulheres e homens e, assim, em muito pode contribuir para os Estudos de Gênero nas Ciências Humanas e Sociais, em geral, e na Psicologia, em particular.
RESUMO.Este artigo apresenta parte dos resultados de um estudo que investigou como pequenas empresárias do Estado do Rio de Janeiro percebem a atividade profissional, a maternidade e a conciliação trabalho-família. Nossos resultados apontam para o fato de que, se antes a maternidade definia a vida da mulher, agora, apesar de ser vista como essencial para a completa realização da mulher, ela parece já não ser suficiente para sua plena satisfação pessoal. Desenvolver uma atividade profissional é, para elas, não apenas fonte de sustento, mas, em especial, algo extremamente importante em suas vidas, e que se fez presente, inclusive, nos projetos e planos por elas traçados. Assim, estas duas esferas de atuação, a família e o trabalho, que, num primeiro momento, parecem mutuamente excludentes, acabam por ser vividas e assumidas concomitantemente no cotidiano, o que traz conseqüências importantes para a vida da mulher atual.Palavras-chave: mulher, pequenas empresárias, atividade profissional. WOMEN WHO RUN SMALL ENTERPRISES: REDIFINING THE IMPORTANCE OF PROFESSIONAL ACTIVITYABSTRACT. This article presents part of the results of a study that investigated how small entrepreneurs from Rio de Janeiro see professional activity, motherhood, and the conciliation of work and family, among other things. Ours results point to the fact that, although maternity used to define the life of a woman, nowadays it does not seem sufficient for their personal satisfaction. For these entrepreneurs, the development of a professional activity, despite bringing them financial support, is mainly a fundamental part of their lives, something that was always present in life projects and plans. Despite that, maternity continues to be seen as essential for the full realization of a woman. Thus, these two spheres of action, house and work, which, at a first glance, seem mutually excluding, end up by being lived and adopted concomitantly in daily life, something that brings important consequences for the life of women nowadays.Key words: Women, small entrepreneurs, professional activity. REDEFININDO LA ACTIVIDAD PROFESIONAL: EL CASO DE LAS PEQUEÑAS EMPRESARIASRESUMEN. Este texto presenta parte de los resultados de un estudio sobre como pequeñas empresarias de Rio de Janeiro perciben la actividad profesional, la maternidad y la conciliación entre casa y trabajo, entre otras cosas. Los resultados evidenciaron que, aunque la maternidad otrora definía la vida de una mujer, hoy ella ya no parece suficiente para su satisfacción personal. Para estas empresarias, desarrollar una actividad profesional constituye, no apenas fuente de sustento, sino, principalmente, algo de extrema importancia en sus vidas, algo que siempre estuvo presente, incluso, en sus proyectos y planos de vida. No obstante, la maternidad sigue siendo vista por ellas como esencial para la completa realización de una mujer. Así, estas dos esferas de acción, que, en un primer momento parecen mutuamente excluyentes, resultan por ser vividas y asumidas concomitantemente en lo cotidiano, algo q...
Neste artigo apresentamos parte dos resultados de um estudo desenvolvido com mulheres cariocas de classe média, de diferentes faixas etárias, que afirmaram não desejar ter filhos. Foram utilizadas entrevistas semidirigidas, e os textos resultantes foram submetidos a uma análise de discurso. Focalizamos aqui os dados relativos ao que significa para elas ser mulher. Na visão das entrevistadas, no discurso social, a mulher ideal parece ser aquela que concilia realização profissional e maternidade, tarefa vista por elas como extremamente árdua. Pudemos observar em suas falas, contudo, que a identidade feminina parece estar atravessando hoje um momento de transição, em que o modelo tradicional da mulher-mãe, e mesmo o da mulher-mãe-profissional, vem sendo substituído por modelos contemporâneos mais fluidos, em que mulheres e homens podem e devem buscar seu próprio caminho e fazer suas próprias escolhas, alterando, inclusive, a qualquer momento, suas opções, numa tentativa de realizar sonhos, desejos e aspirações.
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