Este artigo apresenta os resultados de um estudo exploratório inicial desenvolvido com o objetivo de melhor entender como as mulheres estão encarando a maternidade, bem como a opção de adiá-la e/ou não ter filhos. Para tanto, foram entrevistadas quatro mulheres de classe média na faixa de 37 a 50 anos com uma carreira profissional, duas que optaram por não ter filhos e duas que optaram pelo adiamento da maternidade para depois dos 35 anos. Nossos resultados apontam para o fato de que, apesar de novas possibilidades terem se aberto para as mulheres, antigas visões, como a de que a realização de uma mulher passa obrigatoriamente pela maternidade, ainda prevalecem no discurso social.
Esse trabalho pretende analisar a atuação do psicólo-go hospitalar diante de situações de maus-tratos cometidos pela mãe contra seu filho, procurando manter uma postura de análise e enfrentamento, que considere o caráter multifatorial tanto de uma situação de violência como da que existe na relação mãe/filho. Para isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Scielo e Lilacs e na Biblioteca do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ, usando como palavras-chave: maus-tratos contra crianças, violência contra crianças, violência doméstica, violên-cia intrafamiliar. O artigo parte do lugar ocupado por mulheres e crianças na família, apresenta um enquadramento histórico da violência cometida contra crianças, definições e tipologia sobre maus-tratos (físi-co, psicológico e sexual e negligência), e os diferentes modelos explicativos para a violência contra crianças (Modelos Reprodutivo, Psicodinâmico, Sociológico, Sócio-psicológico e Ecológico) e suas diversas consequências para o desenvolvimento infantil nos níveis físico e psicológico. Apresentam-se possibilidades de atuação da instituição hospitalar e do profissional de saúde diante dessas situações, enfatizando-se a atuação interdisciplinar e o enfoque familiar e, por fim, discute-se a atuação do psicólogo hospitalar, principalmente junto à mãe, a partir de uma breve contextualização das transformações sócio-históricas dos modelos de família e do lugar ocupado por crianças e mulheres nessa instituição, apontando para o fato de que esse profissional deve oferecer acolhimento e favorecer a melhora da relação mãe/filho, promovendo um diálogo real e trocas afetivas e desfavorecer e desvalorizar práticas abusivas.
Neste artigo apresentamos parte dos resultados de um estudo desenvolvido com mulheres cariocas de classe média, de diferentes faixas etárias, que afirmaram não desejar ter filhos. Foram utilizadas entrevistas semidirigidas, e os textos resultantes foram submetidos a uma análise de discurso. Focalizamos aqui os dados relativos ao que significa para elas ser mulher. Na visão das entrevistadas, no discurso social, a mulher ideal parece ser aquela que concilia realização profissional e maternidade, tarefa vista por elas como extremamente árdua. Pudemos observar em suas falas, contudo, que a identidade feminina parece estar atravessando hoje um momento de transição, em que o modelo tradicional da mulher-mãe, e mesmo o da mulher-mãe-profissional, vem sendo substituído por modelos contemporâneos mais fluidos, em que mulheres e homens podem e devem buscar seu próprio caminho e fazer suas próprias escolhas, alterando, inclusive, a qualquer momento, suas opções, numa tentativa de realizar sonhos, desejos e aspirações.
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