“…Este tema acompanha-nos desde 1998, com a realização das Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica cujo tema foi ``Outras Infâncias... A situação social das crianças atendidas numa Comissão de Protecção de Menores (1998). Posteriormente com trabalhos como Sarmento, Soares, 2004;Almeida & Fernandes, 2010;Tomás et al, 2018 foi possível contribuir para a visibilidade do debate acerca do risco infantil e dos direitos de proteção em Portugal argumentando no sentido de pensar um sistema de promoção e proteção dos direitos da criança à medida da criança, tendo sempre presente que a sua efetivação como sujeito ativo de direitos está implicada, por um lado, com as estruturas sociais que enquadram as suas condições de existência (Sarmento, Soares, 2004;Sarmento, Fernandes & Trevisan, 2014), as quais estão muito comprometidas com uma fraca ou inexistente consciencialização da sociedade em geral acerca da criança como sujeito ativo de direitos, e, por outro lado, com as subjetividades dos diferentes atores sociais, quer sejam adultos, quer sejam crianças, que é necessário implicar na construção de espaços de participação (Araújo & Fernandes, 2016). A este propósito, temos vindo a investir na reflexão sobre os direitos das crianças que vivem em casas de acolhimento, visíveis através de publicações como O Centro e a margem: Infância, protecção e acolhimento institucional Ao longo destes textos, a defesa tem sido a de um sistema de promoção e proteção dos direitos da criança que valorize as competências das crianças, o seu conhecimento e participação, ciente de que, quanto mais as crianças estiverem alertadas para o direito que têm a não serem abusadas, ou acerca dos perigos que podem correr, menos vulneráveis ao abuso serão.…”