Abstract:Procurou-se identificar as consequências mais importantes da concepção de ciência de Popper, que deu origem a um rico debate na Filosofia das Ciências, para o Ensino de Ciências. O acompanhamento deste debate permite perceber a riqueza do processo científico, reconhecendo as contribuições daqueles que debateram com Popper; bem como a importância dos aspectos da ciência que Popper valorizou e procurou preservar. As críticas e os debates em torno das abordagens de mudança conceitual contribuíram para a percepção… Show more
“…A mudança conceitual, processo pelo qual o aluno reorganiza ou substitui suas concepções sobre um tema, e que ainda é defendido por muitos educadores, pode ser alcançada questionando-se a veracidade das teorias e promovendo um debate racional com regras bem definidas em que novas ideias são apresentadas e comparadas entre si para a escolha daquela que mais se aproxima da verdade, assim como Popper entende o desenvolvimento da ciência. Porém, ao desconsiderar fatores externos como interesses políticos e econômicos, acaba gerando a ideia de uma ciência neutra e sabemos que essa ideia não condiz com a realidade (RUFATTO e CARNEIRO, 2009).…”
Neste artigo buscamos mostrar que a História da Ciência pode tornar-se um importante recurso pedagógico para o ensino de Física frente às mudanças curriculares e estruturais que o sistema educacional brasileiro está sofrendo. Em especial, pretendemos mostrar também que as ideias do filósofo da ciência Thomas Kuhn podem ser aplicadas ao ensino de Física contribuindo para a aprendizagem dos alunos e modificando a visão do professor sobre as suas metodologias. Realizamos então uma busca de trabalhos e teses que apresentavam propostas de ensino de Física cuja filosofia kuhniana servia de base. Destacamos alguns desses trabalhos, dos quais analisamos a clareza da proposta didática, a viabilidade de aplicação e os possíveis benefícios pedagógicos. Esperamos com este trabalho contribuir para a área de Ensino de Física e incentivar mais estudos sobre a epistemologia de Kuhn aplicada à educação.
“…A mudança conceitual, processo pelo qual o aluno reorganiza ou substitui suas concepções sobre um tema, e que ainda é defendido por muitos educadores, pode ser alcançada questionando-se a veracidade das teorias e promovendo um debate racional com regras bem definidas em que novas ideias são apresentadas e comparadas entre si para a escolha daquela que mais se aproxima da verdade, assim como Popper entende o desenvolvimento da ciência. Porém, ao desconsiderar fatores externos como interesses políticos e econômicos, acaba gerando a ideia de uma ciência neutra e sabemos que essa ideia não condiz com a realidade (RUFATTO e CARNEIRO, 2009).…”
Neste artigo buscamos mostrar que a História da Ciência pode tornar-se um importante recurso pedagógico para o ensino de Física frente às mudanças curriculares e estruturais que o sistema educacional brasileiro está sofrendo. Em especial, pretendemos mostrar também que as ideias do filósofo da ciência Thomas Kuhn podem ser aplicadas ao ensino de Física contribuindo para a aprendizagem dos alunos e modificando a visão do professor sobre as suas metodologias. Realizamos então uma busca de trabalhos e teses que apresentavam propostas de ensino de Física cuja filosofia kuhniana servia de base. Destacamos alguns desses trabalhos, dos quais analisamos a clareza da proposta didática, a viabilidade de aplicação e os possíveis benefícios pedagógicos. Esperamos com este trabalho contribuir para a área de Ensino de Física e incentivar mais estudos sobre a epistemologia de Kuhn aplicada à educação.
“…Nessa perspectiva, Rufatto & Carneiro (2009) consideram que as posições e questionamentos de Thomas Kuhn (1922Kuhn ( -1996, foram importantes para o debate acerca do modo de como se estrutura e se desenvolve o conhecimento científico. É importante dizer, que a riqueza dos debates travados entre Popper, Kuhn, Lakatos e outros filósofos da Ciência, ao longo do século XX, foram de grande importância para a consolidação da ideia de que fazer Ciência é algo provisório, rico e variado.…”
Section: O Pensamento Científico No Século XXunclassified
O paradigma empírico-indutivista da Ciência foi importante para que a humanidade pudesse experimentar uma rápida expansão dos seus horizontes do conhecimento. Com o passar do tempo, este modo de conceber o fazer científico conduziu os indivíduos a estabelecerem crenças equivocadas e simplistas sobre o fazer científico e o papel da Ciência. Nessa perspectiva, a superação de visões distorcidas de Ciência por parte dos indivíduos sociais perpassa pela compreensão, análise e reflexão crítica das condicionantes externas que guiaram o desenvolvimento científico e tecnológico até aqui. Nessa perspectiva, este manuscrito almeja, por meio de um estudo teórico e reflexivo, conjecturar sobre histórico, fundamentos e a evolução do conhecimento científico. Iniciaremos a nossa caminhada pela Idade Moderna, onde buscaremos evidenciar as características e diferenças entre as correntes filosóficas dominantes que se sucederam até meados do século XIX. A seguir, adentraremos o século XX, onde passaremos a destacar as contribuições de alguns dos principais filósofos contemporâneos que, por meio de suas teorias, buscavam estabelecer uma visão mais crítica acerca da produção do conhecimento científico e do papel da Ciência. Por fim, abordaremos as contribuições de uma possível associação entre a educação CTS e a História e a Filosofia da Ciência (HFC), como abordagem para o ensino de ciências capaz de contemplar a dimensão histórica e filosófica do conhecimento científico, considerando as suas implicações sociais, culturais, tecnológicas e políticas.
“…Eles serviriam, não simplesmente para corroborar teorias, admitindo-as como válidas, mas para testá-las a fim de comprovar sua qualidade (Rufatto & Carneiro, 2009 (Popper, 1982, p. 139).…”
Section: "Queremos Obter De Um Grupo De Fenômenos Uma Explicação Teórunclassified
ResumoA existência e o significado dos experimentos cruciais são questões que não ostentam consenso na ciência e na filosofia da ciência. Duhem, Popper e Lakatos, por exemplo, apresentam posicionamentos antagônicos entre si e, inclusive, em relação à ideia de instantia crucis explicitada por Francis Bacon no Novum Organum. Este artigo visa resgatar a definição baconiana, reconhecendo que ela faz parte de uma postura filosófica distinta das teses contemporâneas, e discutir algumas concepções de experimento crucial tanto por filósofos da ciência, quanto por alguns estudiosos, como Newton. Ainda, apontar algumas reflexões para o ensino de ciências.Palavras-Chave: Experimentos cruciais; Instantia crucis; Francis Bacon; Filósofos da Ciência.
AbstractThe existence and meaning of crucial experiments are issues that do not hold consensus in science and the philosophy of science. Duhem, Popper and Lakatos, for example, present antagonistic positions among themselves and even in relation to the idea of instantia crucis made explicit by Francis Bacon in the Novum Organum. This article aims at rescuing the Baconian definition, recognizing that it is part of a distinct philosophical position of contemporary theses, and discussing some conceptions of crucial experiment both by philosophers of science and by some scholars, such as Newton. Also, point out some reflections for the teaching of sciences.
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