Confiança em redes de cooperação do turismo

Abstract

Este trabalho objetivou demonstrar o papel da confiança e dos elementos que se vinculam a ela – contratos, instituições de suporte e reciprocidade – na decisão de cooperar no setor turístico de Parnaíba, Piauí, Brasil. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, na qual foram entrevistados nove gestores de empresas do setor de hospedagem. Os dados foram analisados com o uso da técnica da Análise de Conteúdo. Os resultados apontaram que existem várias redes de cooperação interorganizacional no local, que as relações são informais e se traduzem na indicação, troca de conhecimento/informação e ações de promoção. A contribuição deste trabalho está em demonstrar que a confiança está presente nas redes locais, mas a confiabilidade, entendida como um atributo individual, mostrou-se também relevante na decisão de cooperar. Além disso, comprova-se que instituições de suporte e reciprocidade aparecem como complementares à confiança, enquanto contratos substituem a confiança e são usados somente nas relações fora do território. Por fim, são apresentadas oito proposições de pesquisa, como resultado do estudo empírico, a serem testadas em estudos futuros

Viva ou deixe morrer

“…A respeito dos relacionamentos citados -traduzidos como redes de cooperação -há indicações para seu uso no fortalecimento da competitividade empresarial (Bouças da Silva, Hoffmann, & Costa, 2020). Isso acontece em razão das possibilidades de angariar e compartilhar recursos complementares do parceiro (Costa & Albuquerque, 2013), como conhecimentos e informação, reduzir incertezas, obter economias de escala, e adquirir financiamentos conjuntos (Hoffmann et al, 2015).…”

COVID-19: efeitos e implicações ocorridos no turismo da rota das emoções localizada no nordeste do Brasil

“…Posto isto, fica evidente e notório que a pandemia impactará sobretudo em países emergentes e turísticos como é o caso do Brasil, em especial na região Nordeste a qual a Rota das Emoções se localiza (Costa, Nascimento, Hoffmann & Silva, 2017;Silva, Hoffmann & Costa, 2020). Deste modo, países como estes precisam aprender de maneira coletiva a vencer essa tragédia do COVID-19, que impactou, impacta e impactará ainda mais o contexto do setor do turismo dos países, inviabilizando fortemente a economia local destes países (Carbone, 2020;Menegaki, 2020;Oliveira & Arantes, 2020;Gossling, Scott & Hall, 2020;Sayfullaev, 2020;Sheresheva, 2020), inclusive do Brasil (Aguiar & Melo, 2020).…”

“…Constata-se que empresas alteram suas estratégias e projeções por sofrerem influências externas e internas (Soares & Mazon, 2020). Posto isto, observa-se que para todos os entrevistas, a demanda antes da pandemia era muito grande, muitas procuras para viagem, pois a Rota das Emoções é um dos principais pontos turísticos do Nordeste do Brasil (Costa, Nascimento, Hoffmann & Silva, 2017;Silva, Hoffmann & Costa, 2020), contudo, com a chegada do COVID-19, de acordo com os gestores, houve muitos cancelamentos e ou adiamentos de viagem e procura. E, atualmente, existem apenas curiosos.…”

“…Ao visitar os três estados é possível se deparar com similaridades e diferenças que cada região apresenta. Inúmeras empresas de seguimentos distintos como agências, receptivos (empresas de passeio), hotéis, pousadas, dentre outras, que trabalham diariamente para movimentar a economia da Rota das Emoções que é referência no Nordeste (Costa, Nascimento, Hoffmann & Silva, 2017;Silva, Hoffmann & Costa, 2020).…”

“…E os seus roteiros turísticos respectivos são: Jericoacoara (CE), Delta do Parnaíba (PI) e Barreirinha (MA). Este é o primeiro consórcio interestadual de turismo do Brasil provendo de variáveis de localização considerada operacionalizada (Silva, Hoffmann & Costa, 2020), reunindo clusters de empresas com relações de complementariedade (Mazaro & Varzin, 2008;Sohn, Silvestrini, Fiuza & Limberger, 2017 (Melo, Monteiro & Brito, 2018).…”