O dia 24 de julho de 2021 foi marcado por manifestações contra o governo do presidente Jair Bolsonaro, pelo auxílio emergencial durante a pandemia e em defesa da vacinação da população brasileira contra a COVID-19. Os protestos, que aconteceram em mais de 120 cidades, chamaram a atenção pelo que ocorreu na cidade de São Paulo: um grupo de manifestantes ateou fogo na estátua de Borba Gato, gerando uma ampla discussão nas redes sociais e atingindo a imprensa e também o mundo acadêmico. O debate girou em torno de reflexões sobre a memória, a História e os símbolos do passado no presente. Ativistas e perfis de movimentos sociais defenderam a ação, alegando que Borba Gato, um bandeirante paulista cuja trajetória está ligada à colonização e, portanto, à violência perpetrada pela empresa colonial contra indígenas e negros, não merece o lugar de herói na história, tampouco que sua memória deve ser perpetuada através de um monumento em sua homenagem. O tom mais legalista de boa parte da grande imprensa questionava o suposto anacronismo da ação e acusava os manifestantes de "negação da história", "ameaças ao patrimônio", "incineração do passado", "revisionismo" e até de "estupidez", uma