Sofrimento moral e satisfação profissional: qual a sua relação no trabalho do enfermeiro?

Abstract

RESUMO Objetivo Verificar relações entre sofrimento moral e satisfação profissional no trabalho de enfermeiros no contexto hospitalar. Método Estudo transversal, realizado em um hospital universitário com enfermeiros por meio da aplicação de questionário sociodemográfico, Índice de Satisfação Profissional e Moral Distress Scale – Versão Brasileira. Para a análise, empregaram-se a estatística descritiva e a correlação de Spearman. Resultados Participaram do estudo 141 enfermeiros. A “autonomia” foi o componente de maior satisfação profissional, aparecendo fragilizada nas questões de maior intensidade de sofrimento moral. Seguiram-se à autonomia a “interação” e “remuneração” como componentes de satisfação; e “falta de competência na equipe” e “condições de trabalho insuficientes” como de maior intensidade e frequência de sofrimento moral, respectivamente. Conclusão As aproximações entre esses dois constructos denotaram relações inversas entre eles, principalmente ao passo que a autonomia, componente de maior satisfação, também se configura num desencadeador de sofrimento moral quando insuficientemente exercida. Considera-se a necessidade de fortalecimento dos ambientes de trabalho da enfermagem para uma atuação ética e satisfatória.

Desafios na formação de enfermeiros na perspectiva dos egressos/Challenges in training nurses from the perspective of graduates

“…Estudo recente (28) realizado em um hospital público, que verificou a satisfação profissional na enfermagem constatou um índice de satisfação profissional baixo, que pode estar associado a ambientes não favoráveis à prática da enfermagem, demonstrados pela fragilidade em suporte organizacional, baixos salários e baixo status profissional. É preciso salientar que o mercado de trabalho para enfermeiros iniciantes pode ser repleto de estresse.…”

O Brasil conta comigo na pandemia da Covid-19: ensaio reflexivo sobre a antecipação da formação em Enfermagem

“…Entretanto, não raro, o que se viu foi a manutenção de condições inapropriadas de trabalho que, associadas à rápida evolução da doença, tende a produzir grande impacto na saúde dos trabalhadores. Para a Enfermagem, essas situações já vinham sendo registradas 10 , e, de acordo com recentes análises, elas contribuem para o aumento significativo de sofrimento moral nos enfermeiros 27 .…”

Tendências das produções científicas brasileiras acerca das questões éticas e saúde do trabalhador

“…A autonomia profissional reduzida está envolvida nos problemas éticos, originando conflitos entre as equipes de trabalho. A falta de autonomia do paciente ocasiona conflitos pessoais entre os profissionais, desrespeitando o profissional (Wachholz, et al, 2019). Porém a interação entre as equipes e a autonomia profissional contribui para o desenvolvimento das habilidades essenciais para o cuidado, trazendo, assim, resoluções positivas na recuperação dos pacientes, sendo considerado fator facilitador para a gestão de qualidade da assistência (Neto et al, 2015).…”