Análise quantitativa do palato duro de respiradores orais: revisão de literatura

Abstract

A respiração oral gera inúmeras adaptações patológicas nas estruturas e funções orofaciais, tais como as alterações na morfologia do palato duro. Esta estrutura participa ativamente das funções orais, merecendo destaque na avaliação miofuncional orofacial, que cada vez mais tem lançado mão de instrumentos quantitativos. Apesar de o palato ser de difícil avaliação clínica, pouco se sabe sobre os recursos que podem ser empregados na avaliação quantitativa desta estrutura. Em virtude disso, realizou-se esta revisão de literatura, que teve o objetivo de abordar os resultados das avaliações quantitativas do palato de respiradores orais, bem como os instrumentos que foram empregados nas avaliações. Para tanto, foram revisados periódicos nacionais e internacionais, indexados nas bases de dados Medline, LILACS, Dentistry & Oral Sciences Source (EBSCOhost) e HighWire Press, entre os anos de 1983 e 2009. Foi possível concluir, a partir da análise dos resultados dos estudos, que a respiração oral se associou com maior frequência ao aumento da profundidade do palato duro e com menor frequência com a diminuição da largura. Além disso, verificou-se que as avaliações do palato duro foram realizadas com diferentes instrumentos de medição, a partir de medidas do palato duro em modelos de gesso, diretamente na boca e em radiografias cefalométricas. Acredita-se que os métodos de avaliação quantitativa possam contribuir para a precisão do diagnóstico fonoaudiológico.

Avaliação da profundidade do palato duro: correlação entre método quantitativo e qualitativo

“…Besides genetic characteristics, two important factors contribute to the increasing depth of the hard palate, which are predominantly oral breathing mode and prolonged sucking habits 5,13,14 . Mouth breathing induces morphological change by not allowing the tongue to exert its expander action on the hard palate as to allow the entry of air into the airway to keep open lips and tongue at the floor of mouth 30.31 .…”

“…The qualitative method of evaluation of the hard palate, i.e. intraoral visual inspection currently shows up as the most used in clinical examination, but without standardizing for the normal parameters or naming for their classification [3][4][5] . In order to enhance reliability of data of the miofunctional examining it can be observed a trend of studies in the area in suggesting methods for quantitative analysis of combined data measured in qualitative evaluation 5,[11][12][13][14] .…”

“…intraoral visual inspection currently shows up as the most used in clinical examination, but without standardizing for the normal parameters or naming for their classification [3][4][5] . In order to enhance reliability of data of the miofunctional examining it can be observed a trend of studies in the area in suggesting methods for quantitative analysis of combined data measured in qualitative evaluation 5,[11][12][13][14] . Obtaining these dimensions of the hard palate can be performed by measuring with tridimensional orthodontic compass (Korkhaus) in casts 15 or in the oral cavity of the patient 16,17 ; through 18 millimeter ruler; scanned tridimensional measurement 19 , or a caliper in plaster models 4,13,14,20 .…”

“…The three evaluators underwent prior visual training conducted in joint way 23 , in order to standardize the qualitative assessment that considers the deep aspect of the hard palate decoupled from other parameters such as width, as proposed in the recent literature 5,12,13 . To this eight plaster models were randomly selected training, which constitutes approximately 10% of the sample.…”

Condição de saúde bucal em colaboradores de empresas da cidade e região de Bauru-SP

“…Estudos apontam que a respiração normal é realizada, predominantemente, através da via nasal, tendo a boca apenas um papel secundário. Porém, há casos em que essa relação se inverte, havendo uma predominância da respiração oral, com pouca atuação da respiração nasal, seja por causas obstrutivas, como hipertrofia das tonsilas palatinas, ou causas não obstrutivas, como alterações na tensão e postura dos músculos orofaciais, edema transitório da mucosa nasal, entre outros fatores (HENNING et al, 2009;BERWIG;SILVA, 2011). As adaptações do complexo orofacial decorrentes da instalação da respiração oral podem ser de alterações na morfologia orofacial, como modificações ocorridas no formato do palato duro, ou alterações nas funções do sistema estomatognático, comprometendo o normal funcionamento dessas estruturas (PERILO et al, 2007).…”