RESUMOObjetivo: avaliar e comparar a deglutição de sujeitos respiradores orais e nasais, por meio da avaliação clínica e eletromiográfica dos músculos orbiculares orais, superior e inferior. Métodos: participaram deste estudo 16 sujeitos na faixa etária de 6:8 a 10:10 distribuídos em dois grupos, um de respiradores orais e outro de respiradores nasais. Foram submetidos à avaliação clínica fonoaudiológica e eletromiográfica de superfície. O exame fonoaudiológico contemplou as estruturas e funções do sistema estomatognático, e a avaliação eletromiográfica consistiu na captação da atividade elétrica dos músculos orbiculares orais, superior e inferior, durante as situações de isometria e de deglutição. Da avaliação clínica consideraram-se somente os resultados referentes à deglutição, observando-se a presença de ação labial e mentual, e de projeção lingual, as quais foram analisados de forma descritiva. Para análise estatística dos dados eletromiográficos, utilizou-se o Teste t para comparação entre os grupos. A significância adotada foi de 5% (p < 0,05). Resultados: na avaliação clínica foram observadas alterações na deglutição, sendo que 87,5% dos sujeitos respiradores orais apresentaram ação labial, 75% ação mentual e 75% projeção lingual como características da deglutição adaptada, enquanto que nenhum dos sujeitos respiradores nasais apresentou tais alterações. Na avaliação eletromiográfica, verificou-se atividade muscular superior nos respiradores orais, em comparação aos respiradores nasais, em ambos os músculos estudados com diferença estatisticamente significante. Conclusão: concluiu-se que os respiradores orais apresentam alterações evidentes na função de deglutição, verificadas por meio da avaliação clínica fonoaudiológica e da avaliação eletromiográfica, quando comparados aos respiradores nasais.
Introduction Mouth breathing can affect the functions of the respiratory systems and quality of life. For this reason, children who grow up with this stimulus may have implications on physical and psychological aspects at adult age.Objective To evaluate childhood mouth-breathing consequences for the ventilatory function and quality of life at adult age.Materials and methods Prospective, observational and cross-sectional study with 24 adults, between 18 and 30 years old, mouth breathers during childhood, comprised the childhood mouth-breathing group (CMB). The childhood nasal-breathing (CNB) group was composed of 20 adults of the same age, without history of respiratory disease during all their lives. Measurements of maximal respiratory pressures, peak expiratory flow and 6-minute walk test were assessed. In addition, all the volunteers answered the Short Form-36 questionnaire (SF-36).Results The maximal inspiratory (p = 0.001) and expiratory (p = 0.000) pressures as well as the distance in the walk test (p = 0.003) were lower in the COB. The COB also presented lower score in the General Health domain of the SF-36 Questionnaire (p = 0.002).Conclusion Childhood mouth-breathing yields consequences for the ventilatory function at adult age, with lower respiratory muscle strength and functional exercise capacity. Conversely, the quality of life was little affected by the mouth breathing in this study.
We concluded that a multidisciplinary diagnosis is important, given that each evaluation domain, including OTRL, dental and speech therapy, presented variables associated with MB diagnosis. Body posture and nasal patency variables were not associated with MB.
Mouth breathers showed narrower hard palate at the level of second premolars and first molars, and deeper palate in the level of second premolars, when compared to nasal breathers. It is evidenced that habitual mouth breathers presented deeper hard palate at the level of canines, when compared to mouth breathers from obstructive etiology.
RESUMOObjetivo: comparar as dimensões do palato duro em diferentes tipologias faciais de crianças respiradoras nasais e orais. Método: a amostra foi constituída por 54 crianças, na faixa etária entre sete e 11 anos, distribuídas em grupos conforme o tipo facial e o modo respiratório. O tipo facial foi obtido por meio da análise cefalométrica de Ricketts, e o modo respiratório foi determinado a partir da avaliação fonoaudiológica e do diagnóstico otorrinolaringológico. Para realização de medidas transversais, verticais e do comprimento anteroposterior do palato duro, foram obtidos modelos em gesso do arco dental maxilar. Para comparação das dimensões do palato duro entre os grupos, foram utilizados testes paramétricos e não paramétricos, ao nível de significância de 5%. Resultados: não foi verificada diferença estatisticamente significante nas medidas do palato duro entre as crianças braquifaciais, mesofaciais e dolicofaciais. Verificou-se diferença estatisticamente significante na distância entre os segundos pré-molares nos diferentes tipos faciais das crianças respiradoras nasais e orais, sendo que esta diferença não foi detectada nas comparações múltiplas. Conclusão: as dimensões do palato duro não diferiram quando analisadas em diferentes tipos faciais independente do modo respiratório. Porém, evidenciou-se diferença na distância entre os segundos pré-molares quando o tipo facial foi analisado nos respiradores nasais e orais.
RESUMO Objetivo avaliar a acurácia do Preterm Oral Feeding Readiness Scale - POFRAS para iniciar a alimentação oral de recém-nascidos pré-termo e verificar a concordância entre este instrumento e o instrumento de avaliação do Nível de Habilidade Oral. Métodos Foram avaliados 82 recém-nascidos pré-termo quanto à prontidão para o início da alimentação oral através do POFRAS e da avaliação do Nível de Habilidade Oral, durante a primeira alimentação oral. A acurácia do POFRAS foi estimada em relação à variável proficiência, por meio da Curva ROC (Receiver Operating Characteristic Curve). Para a análise da concordância entre os instrumentos, foi utilizado o coeficiente Kappa. Resultados A acurácia global do POFRAS foi de 71,29%. O ponto de corte 29 foi o que apresentou melhor equilíbrio entre sensibilidade e especificidade. O coeficiente Kappa mostrou fraca concordância entre os instrumentos na identificação dos RN aptos e inaptos a mamar por via oral (k=0.281). Conclusão a acurácia do POFRAS para o início da alimentação oral, estimada por meio da variável proficiência, foi semelhante à obtida com a técnica de translactação. Observou-se fraca concordância entre os instrumentos avaliados. Sugere-se, portanto, que estes instrumentos de avaliação sejam usados de forma complementar na prática clínica, uma vez que ambos apresentam aspectos importantes do comportamento alimentar do prematuro, que ao serem analisados conjuntamente permitirão orientar a conduta necessária para propiciar uma transição alimentar mais breve e eficaz para essa população.
A respiração oral gera inúmeras adaptações patológicas nas estruturas e funções orofaciais, tais como as alterações na morfologia do palato duro. Esta estrutura participa ativamente das funções orais, merecendo destaque na avaliação miofuncional orofacial, que cada vez mais tem lançado mão de instrumentos quantitativos. Apesar de o palato ser de difícil avaliação clínica, pouco se sabe sobre os recursos que podem ser empregados na avaliação quantitativa desta estrutura. Em virtude disso, realizou-se esta revisão de literatura, que teve o objetivo de abordar os resultados das avaliações quantitativas do palato de respiradores orais, bem como os instrumentos que foram empregados nas avaliações. Para tanto, foram revisados periódicos nacionais e internacionais, indexados nas bases de dados Medline, LILACS, Dentistry & Oral Sciences Source (EBSCOhost) e HighWire Press, entre os anos de 1983 e 2009. Foi possível concluir, a partir da análise dos resultados dos estudos, que a respiração oral se associou com maior frequência ao aumento da profundidade do palato duro e com menor frequência com a diminuição da largura. Além disso, verificou-se que as avaliações do palato duro foram realizadas com diferentes instrumentos de medição, a partir de medidas do palato duro em modelos de gesso, diretamente na boca e em radiografias cefalométricas. Acredita-se que os métodos de avaliação quantitativa possam contribuir para a precisão do diagnóstico fonoaudiológico.
RESUMOObjetivo: verificar a relação entre a respiração oral de diferentes etiologias e os hábitos de sucção não-nutritiva prolongados no estabelecimento de alterações estruturais do sistema estomatognático. Método: a amostra foi constituída por 78 crianças, entre 7 e 11 anos, sendo 36 meninos e 42 meninas divididas em grupos a partir dos hábitos de sucção não-nutritiva e modo respiratório. Todas as crianças foram submetidas à avaliação otorrinolaringológica, fonoaudiológica e odontológica. A análise dos dados foi realizada por meio do teste Qui-quadrado, considerando nível de significância de 5%. Resultados: observou-se associação significante entre modo respiratório e postura de lábios; entre modo respiratório e palato duro; entre hábitos de sucção não-nutritiva e característica das bochechas. Na análise da associação entre modo respiratório e hábitos de sucção não-nutritiva com a postura habitual de lábios e com o palato duro também foi verificada significância estatística. Conclusão: verificou-se que a posição habitual alterada de lábios e de palato duro foi mais frequente nos grupos respiradores orais viciosos e obstrutivos. A posição assimétrica de bochechas foi mais frequente nas crianças com hábitos. A posição alterada de lábios e alterações do palato duro também foram mais frequentes nos respiradores orais independente da presença ou não de hábitos. Fonoaudióloga; Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de Santa Maria -UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. DESCRITORES: Conflito de interesses: inexistente INTRODUÇÃOO sistema estomatognático é composto por estruturas pertencentes ao sistema digestório e respiratório, desempenhando as funções da deglutição, mastigação, fala e respiração. A forma adequada de processar a respiração é através da via nasal, que protege as vias aéreas inferiores e é preeminente ao crescimento e desenvolvimento craniofacial [1][2][3] . A respiração nasal propicia o adequado crescimento maxilar e a postura adequada da mandí-bula, que possibilita a correta intercuspidação entre arcadas dentárias e favorece a postura correta dos lábios, língua e bochechas 4 . Esta pode ser substituída por um padrão de suplência oral devido a causas obstrutivas ou viciosas 5 .
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