Resumo -O objetivo deste trabalho foi avaliar a substituição do farelo de soja por uréia ou amiréia no desempenho de bovinos de corte em crescimento. Foram utilizados oitenta e um machos não castrados das raças Nelore (27), Canchim (27) e Holandesa (27), com peso médio inicial de 250 kg e idade média de 15 meses. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com três tratamentos, constituídos de três animais por baia e nove baias por tratamento. Os blocos foram arranjados segundo o peso inicial e raça. Os tratamentos foram: 1) farelo de soja (FS); 2) uréia e 3) amiréia (A-150S) em dietas isoprotéicas (13,0%) utilizando o bagaço de cana in natura (BIN) como única fonte de volumoso (20% da MS). O consumo de matéria seca (MS) foi 6,56, 7,18 e 6,97 kg/dia; o ganho de peso vivo foi 0,889, 1,114 e 1,088 kg/dia e a conversão alimentar de 7,3, 6,5 e 6,7 kg MS/kg de ganho nos tratamentos farelo de soja, uréia e amiréia, respectivamente. O tratamento FS apresentou menor consumo e ganho de peso e também pior conversão alimentar (P<0,01). Os tratamentos uréia e A-150S não diferiram (P>0,05) entre si.Termos para indexação: bagaço de cana-de-açúcar in natura, desempenho, PDR.
Total replacement of soybean meal by urea or starea in high grain diets for beef cattleAbstract -The objective of this work was to evaluate the effects of replacing soybean meal by urea or starea on feedlot cattle performance. Eighty-one yearling intact males (27 Nellore, 27 Canchim and 27 Holstein) were used, with initial body weight of 250 kg. Animals were assigned to a completely random block design according to initial weight and breed. There were nine pen/treatment with three animals/pen. Experimental treatments were: 1) soybean meal, 2) urea and 3) starea. Diets contained 13% CP and were composed of 80% concentrate and 20% raw sugarcane bagasse. DMI was 6.56, 7.18 and 6.97 kg/day, average daily gain was 0.889, 1.114 and 1.088 kg/day and feed conversion was 7.3, 6.5 and 6.7 kg DM/kg gain for soybean meal, urea and starea, respectively. Soybean meal reduced (P<0.01) DMI, average daily gain and feed efficiency and there was no difference (P>0.05) between urea and starea treatments.Index terms: raw sugarcane bagasse, performance, DRP.
IntroduçãoMicrorganismos ruminais são capazes de sintetizar proteína microbiana a partir de amônia e esqueleto carbônico, e o N não protéico (NNP) pode ser uma das fontes de amônia. Neste contexto, enquadram-se a amiréia e a uréia, ambas fontes de NNP.Fontes de NNP são mais baratas que fontes de proteína considerando a mesma quantidade de nitrogênio. Entretanto, a fonte de NNP mais utilizada, uréia, apresenta rápida liberação de amônia no rúmen e, dependendo da quantidade, pode exceder a capacidade de utilização dos microrganismos. Conseqüentemente, o excesso de amônia é absorvido pela parede ruminal e, uma vez na corrente sanguínea, a amônia pode ser tóxi-ca para o animal. A parte metabolizada é transformada em uréia, envolvendo gasto de energia. A uréia produzida pode voltar (reciclagem) para o rúmen, via parede ...