Massacre e resistência Kaiowá e Guarani: interrogações às Psicologias nos traçados do intolerável

Abstract

Neste artigo, problematizamos o acontecimento massacre e a resistência dos povos indígenas Kaiowá e Guarani às práticas racistas de biopoder que são empreendidas, tendo em vista a garantia do território e da sua terra sagrada. Nos estudos de Michel Foucault, encontramos algumas ferramentas históricas e políticas que nos auxiliam a pensar sobre essa situação e a interrogá-la no presente. O racismo parece estar sustentando tal realidade e a cumplicidade com o genocídio que está sendo feita, pois há demora em realizar a demarcação, negligência diante dos apelos desses povos, que já aconteceram de várias maneiras. A resistência desses povos interpela as práticas psicológicas, para que não sejam acionadas como dispositivos de normalização etnocidas pautados pela pacificação, que nega as dissidências, ou pela patologização, que nega a diversidade da vida como biopotência.

Indigenous homicide in Brazil: geospatial mapping and secondary data analysis (2010 to 2014)

“…The results also suggest high levels of reported homicide of Indigenous children (under 1-yearold) in areas of the states of Roraima and Amazonas. This was particularly notable in places such as (respectively): Caracaí/RR (62 child homicides), Alto Alegre/RR (31), Barcelos/AM (30), Amajari/RR (7), Santa Isabel do Rio Negro/AM (5), Mucajaí/RR (4) and Iracema/RR (4).…”

“…The massacre against Indigenous people in this region has been denounced for years. Landowners have threatened to kill Indigenous leaders, sent gunmen to kill parents in front of children and young people belonging to these peoples 4 . The appeal of the natives can be summarized in the following letter:…”

“…Indigenous genocide is extensively reported among histories of colonization around the world 2 and in Brazil 3 . All the colonization processes were characterized by dispossession and exploitation of traditional populations and this issue is still ongoing in many places in Brazil, as denounced in recent local studies 4 . It leads Indigenous populations to many social disadvantages, suffering violence of many kinds.…”

Revisão sistemática de estudos da psicologia brasileira sobre preconceito racial

“…F. Santos & Scopinho, 2011;Vilhena, 2006;Zamora, 2012), as infl uências de teorias raciais no desenvolvimento da Psicologia (Chaves, 2003b;Masiero, 2002Masiero, , 2005Weyler, 2006), o desenvolvimento do racismo (Chaves, 2003a;Dahia, 2013;Duarte & Roazzi, 2013), os discursos raciais na mídia e em livros didáticos (Acevedo et al, 2010;Rosemberg et al, 2003;Roso et al, 2002), e a análise do riso como forma de expressão do preconceito racial (Dahia, 2008(Dahia, , 2010. Outros assuntos abordados foram a violência contra povos indígenas (Lemos & Galindo, 2013), as relações entre colonialismo, racismo e questões de gênero (Mayorga et al, 2013), a cultura do hip hop (Scandiucci, 2006), a análise de uma peça teatral (Delfi no et al, 2006), o papel da dimensão política na formação em Psicologia (Azerêdo, 2002), e as publicações da Psicologia sobre relações étnico-raciais (Martins, Santos, & Colosso, 2013).…”

Psicologia e ruralidade: reflexões para formação em psicologia

“…Apesar dos contextos rurais constituírem na contemporaneidade um importante campo de atuação profissional para Psicologia, além de se ter registrado certo aumento de pesquisadoras/es indagando e refletindo sobre as possíveis contribuições a respeito de rural (Albuquerque, 2001(Albuquerque, , 2002Calegare, 2015;Domingues, 2007;Leite & Dimenstein, 2006Lemos & Galindo, 2013;Lopes, 2007;Rosa & Silva, 2015;Vasquez, 2009), os estudos que tratam sobre o tema da formação voltada para esse campo são escassos (Leite et al 2013;Martins, 2010;Vasquez, 2009).…”