Aproximações do teatro do oprimido com a Psicologia e o Psicodrama

Abstract

O presente artigo aborda as aproximações do teatro do oprimido na modalidade do arco-íris do desejo, método de terapia e teatro criado por Augusto Boal com a Psicologia, em especial com o psicodrama. O teatro do oprimido é frequentemente comparado e até mesmo confundido com o psicodrama, daí a necessidade de apontarmos algumas semelhanças e diferenças entre os dois métodos, as teorias que inspiraram seus criadores, bem como os objetivos que procuravam alcançar. Procuraremos problematizar o uso das técnicas do arco-íris do desejo considerando a função e a preparação do curinga para aplicá-las, seu manejo, bem como o lugar de autoridade que lhe é conferido. As técnicas boalianas devem ser utilizadas com o devido cuidado, pois é necessário não perder de vista as possíveis consequências que o seu uso indevido pode provocar nos participantes, posto que são técnicas mobilizadoras de fortes conteúdos emocionais.

Theater of the Oppressed and bullying: nursing performance in school adolescent health

“…In this regard, a study on dating violence, which used the Theater of the Oppressed as an intervention strategy, identified an increase in self-reflections about the topic and promotion of non-violent responses, characterizing itself as a recommended strategy for use in studies aimed at the reduction of violence among adolescents (18) . The Theater of the Oppressed induces the participant to reflect on their conflicts, to improve dialogic and corporal expression, and to stimulate active participation and autonomy (19,(30)(31) . Thus, the active participation of those involved, the promotion of creativity, critical/reflexive thinking and the expression of the singularity of adolescents promote their empowerment as the protagonist of their actions, more active and autonomous in overcoming their difficulties.…”

“…However, none of the reported interventions were based on the Theater of the Oppressed, a theatrical technique created by Augusto Boal in the 70's, aiming at breaking the dichotomy between theater and audience and thus promoting a theater with the involvement of all (19) . This technique was inspired by Paulo Freire's "Pedagogy of the Oppressed", which analyzes political, social and pedagogical consequences of different forms of human relations, conceiving a human and liberating pedagogical method in which the oppressed reveal the world of oppression through transformation of their practice and, in a second moment, the oppressive reality (20) .…”

Jogos teatrais aplicados à Educação Ambiental

“…Os jogos teatrais desenvolvidos por este ramo da arte são praticados em mais de setenta países, por pessoas com total diversidade de gênero, faixa etária, etnia, cultura e profissão, com o enfoque no desenvolvimento humano por meio da arte, buscando a valorização dos saberes populares e coletivos e o reencontro com o mundo que os cerca (NOGUEIRA CAMPOS; PANÚNCIOeducação ambiental 536 SAEKI, 2014;SILVEIRA, 2009). Além disso, existem diversos estudos realizados que corroboram para o uso interdisciplinar de atividades teatrais, variando desde análises de psicologia social (OLIVEIRA; ARAÚJO, 2012;VIEIRA, 2010), até relações e benefícios aplicados na educação (CARLOS et al, 2018;CARNEIRO;GONÇALVES, 2015;FANTIN;MALCUT, 2019) e nas ciências ambientais MOREIRA, 2019).…”

Práticas teatrais na saúde mental: novas possibilidades de cuidado por meio do Teatro do Oprimido

“…Para servir a esse propósito, tal vertente teatral possui diversas modalidades e possibilidades de jogos cênicos. 34. O Teatro Jornal, originado no decorrer da Ditadura Militar brasileira, propunha transformar em cena qualquer notícia jornalística; o Teatro Imagem, fundado enquanto Boal trabalhava com adultos em alfabetização no Peru, consiste em montar "quadros vivos" nos quais toda cena é apresentada apenas corporalmente, exigindo total silêncio; por sua vez, também iniciado no projeto de alfabetização no Peru, o Teatro-Fórum, exemplo mais popular de TO, que consiste na elaboração de uma problemática cênica a ser solucionada pelos espectadores.…”

“…Devido à possibilidade de abarcar assuntos demais críticos que necessitem de acompanhamento profissional psicológico e adequado, destaca-se a necessidade de explicitar que a função das oficinas se apresenta no âmbito artístico teatral, não plenamente terapêutico. 34 Entretanto, considerando a estrutura profissional existente em um CAPS, pode-se pensar a aplicação conjunta das oficinas de TO com as intervenções e acompanhamento de profissionais da psicologia, psiquiatria e assistência social, dialogando com a noção multiprofissional presente no serviço.…”